ABRUPTO

19.1.11


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (125) : VAZIOS


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Os jornais e a comunicação social em geral estão cheios de fastio sobre a campanha eleitoral em curso, o seu vazio de propostas, temas, conteúdo. Não é novidade nenhuma. De há muito tempo que TODAS as campanhas eleitorais são assim descritas, sempre com o mesmo tipo de fastio e adversidade contra os candidatos. Talvez valha a pena reflectir até que ponto este tipo de descrição do vazio das campanhas é mais uma descrição do jornalismo português, dos temas a que dão relevo, do que seleccionam na acção dos candidatos, da procura incessante do confronto e do conflito, do sensacionalismo, das perguntas destinadas a amplificar “arrasos” entre candidatos, da obsessão em encontrar frases assassinas, incidentes de rua, trivialidades mais ou menos engraçadas. Eu não digo que os candidatos não colaboram muitas vezes neste vazio, mas há muita coisa séria que dizem e escrevem e que, como não é engraçada, não atira à jugular do adversário, não faz parte do tema do dia, não encaixa na lógica de preto e branco e da parada e resposta, não existe. Por tudo isto, a campanha eleitoral em que os factos são mais bem retratados é a de José Manuel Coelho.


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© José Pacheco Pereira
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