ABRUPTO

20.1.11


COISAS DA SÁBADO:  A CONVERSA SOBRE O FMI É PERIGOSA
 
Não sei até que ponto há um elemento suicidário na nossa política interna, ou se é só incompetência e ignorância. Nos discursos banalizadores sobre a vinda do FMI, esquece-se que este é um acto de grande gravidade, com enormes consequências em muitos aspectos da nossa vida, e, no entanto, é menorizado por muita opinião leviana que parece não saber do que está a falar. A banalização da entrada do FMI manifestada em frases do género, “mais vale ser o FMI a governar do que o Sócrates”, “ao menos vemo-nos livres deles” e outras, ignoram que em muitos aspectos do “mandar” e da organização do “mandar” a responsabilidade e a execução continua nossa, muito nossa. E que é possível “cumprir” com o que o FMI nos pede e mesmo assim estragar ainda mais o país.


A entrada do FMI, se nos dá alívio financeiro, não é líquido que dê origem a medidas estruturais que garantam um futuro, qualquer futuro, que não nos atire para uma mediocridade pantanosa. Os nossos “salvadores” do FMI são relativamente indiferentes a isso, e hoje, diferentemente da vez anterior, querem mais “salvar-nos” pelas consequências sistémicas, do que pelos nossos lindos olhos europeus. Ou seja, tudo o que possa ser feito para evitar o desembarque na Portela do FMI deve ser feito, mesmo com este governo que nos coube em desgraça, abaixo de tudo o que se move à superfície da terra. Incluindo os cães.

(Continua.)


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© José Pacheco Pereira
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