ABRUPTO

12.12.10


COISAS DA SÁBADO: SUGESTÕES PARA DIMINUIR O DÉFICE
 Acabar com o Ministério da Cultura.

As suas funções úteis são do domínio da animação cultural, que as autarquias podem realizar com sucesso; do turismo, que os organismos próprios do sector fazem melhor; do comércio externo, idem aspas; das relações externas, no domínio da língua e da “imagem” nacional; e da educação, onde não faltam funções de maior utilidade, para muitos grupos de teatro e de intervenção cultural

Em todas estas actividades cabe quase tudo, haver Gil Vicente e poesia recitada para as aulas de literatura portuguesa, haver concertos para animar os monumentos e museus e dar aos turistas e aos autóctones espectáculos de sala e rua, organizarem-se feiras de arte e exposições no exterior como função económica e de representação nacional, etc, etc. E se se entender que há um serviço mínimo de cultura, podem-se sempre fazer acordos com as televisões e rádios e dar excepcionais apoios a projectos em áreas mais dificilmente sustentáveis num modelo de auto-decisão pelos seus pares, completamente independente, tendo o estado direito de veto, porque o dinheiro é dos contribuintes. E uma melhor lei do mecenato, permitindo vantagens fiscais ao investimento na área que antes era a do Ministério da Cultura. A parte que é realmente de responsabilidade pública, a mais importante, a única que merece uma estrutura governamental própria, é o património, que pode ganhar mais recursos mesmo nesta fase em que não há dinheiro para nada.

Sim, de facto, eu não penso que se deva subsidiar a criação, até porque muitas vezes, não é criação nenhuma mas um papaguear das modas do dia, defendidas por uma muito vocal elite, que naturalmente defende os seus interesses. A dispersão de actividades, por áreas onde se pode medir a sua utilidade e qualidade, permitiria uma utilização muito mais sadia e transparente dos escassos dinheiros existentes e afastar o estado de critérios de gosto. Assim o dinheiro seria certamente mais bem gasto do que aquele que alguém gastou a colocar uma piscina-banheira azul a tapar o Tejo numa das mais bonitas Praças do país.

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© José Pacheco Pereira
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