ABRUPTO

27.12.10


COISAS DA SÁBADO: OS DEBATES PRESIDENCIAIS: ESCREVER SOBRE O NADA

Os pobres dos jornalistas que tem que andar à procura de alguma coisa de relevo nos debates e os comentadores que já ouvi dizendo absolutas enormidades (como por exemplo, Nobre “ganhou” o debate a Cavaco, ou Nobre “ganhou” a Francisco Lopes, ou enormidades de um simplismo brutal sobre o “voto católico”), também ajudam à desgraça. É pena que não tenhamos como os alemães a possibilidade de construir palavras como não-festa para caracterizar estes debates.

Surpresas? Também não são critério, mas eu tive uma: Nobre tem a pior das posturas, pessoal e nos debates, uma mistura de vaidade e aproveitamento biográfico sem pudor, populismo e ignorância. Nobre acha que são virtudes, porque ele “é o único que não veio da política”, mas são política do pior. E também não é verdade que Nobre não mostrasse de há muito tempo o tipo de apetite político que costuma manifestar-se nos presidenciáveis-em-devir: tornou-se alguém que nos últimos anos mostrou um especial interesse em caucionar candidatos, Barroso no PSD, Costa do PS em Lisboa, o Bloco de Esquerda, etc. E mesmo o discurso que sempre teve sobre a AMI, em que ninguém contesta o mérito do seu trabalho, sempre foi muito politizado e, pelos vistos, agora usa-o como vantagem na campanha.

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© José Pacheco Pereira
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