ABRUPTO

6.8.10


COISAS DA SÁBADO:  
ALGUÉM ME EXPLICA O QUE SE PASSA COM O MINISTÉRIO PÚBLICO? (1)
 Isto de escrever com dois ou três dias de antecedência em relação à publicação, torna-se, para o caso do Ministério Público, uma atitude de risco. Cada dia que passa, nova surpresa salta de um baú enorme a que se convencionou chamar a “justiça”. Veja-se a semana passada. Pensava eu que o Freeport estava morto, coisa que já se percebia estar há muito, e que tinha acabado de ser enterrado por despacho, como é habitual. De fora ficaram dois acusados de “extorsão”, visto que acusa-los de corrupção tinha o problema de deixar sempre em aberto o caso do corrompido. Com o enterro sabia-se que ia quase tudo, como se o caso fosse virgem, os milhões que faltavam e que ninguém sabia para que bolso foram, e mil e um outros detalhes do tamanho de uma casa, e que ficaram “por esclarecer”. Só que o enterrado afinal no dia seguinte mostrou que estava vivo e bem vivo, quando se soube que os procuradores entendiam ter sido útil ouvir o então Ministro do Ambiente (José Sócrates) e outra personagem que passou sempre incólume na percepção pública do Freeport, Pedro Silva Pereira, actual Ministro da Presidência. E mais, divulgaram as perguntas que gostariam de lhe fazer, as quais são todas as perguntas que são essenciais para esclarecer a dimensão política do Freeport e do eventual envolvimento do actual Primeiro-ministro. E mais disseram: que não tinham ouvido os responsáveis políticos do Ministério à altura, por falta de tempo indiciando um fim intempestivo da investigação. Confesso que não percebo nada, porque esta maneira de acabar é a melhor maneira de continuar. Na verdade, tudo está na mesma, onde havia suspeita continua a haver suspeita, embora ninguém compreenda, a não ser que haja qualquer coisa que não saibamos, como é que se pode alegar “falta de tempo”.

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© José Pacheco Pereira
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