ABRUPTO

13.6.10


COISAS DA SÁBADO: E POR QUE NÃO EXTINGUIR OS GOVERNOS CIVIS?



As propostas para diminuir despesas e atacar a crise andam com muita aceleração quando tem um ingrediente demagógico e populista, como seja cortar no número de deputados (embora também pense que pode ser cortado no âmbito de uma reforma do sistema eleitoral, que dê origem a um sistema misto de representação), cortar nas regalias individuais, etc., ao mesmo tempo que se “esquecem” vícios e disfunções no sistema político muito mais graves e caras. Veja-se a pressa de dirigentes partidários em propor cortes nos salários dos políticos e o seu “esquecimento” de verbas muito mais vultuosas, mesmo muito mais vultuosas, destinadas a subsidiar por exemplo, os partidos, as campanhas eleitorais, os gabinetes parlamentares. Aqui, cortando, atingia-se muito do clientelismo partidário e acima de tudo punha-se um travão às despesas gigantescas com as campanhas eleitorais (só de passagem ninguém parece importar-se com as despesas astronómicas do PS na última campanha para as legislativas, ultrapassando os outros partidos juntos...).

Mas há mais: e já que se fala de clientelismo e de partidarização do estado, por que razão é que continuam a haver governos civis? Aí está uma instituição que se destina apenas a dar aos partidos no governo lugares suplementares e mecanismos de controlo e distribuição de benesses a nível regional e local. Acabem com os governos civis e poupam uns milhões, e fazem bem à independência do estado da política partidária.

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© José Pacheco Pereira
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