ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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8.5.10
As “grandes obras públicas” tornaram-se o cavalo de batalha e o símbolo da guerra que opõe muitos (parte do PS, parte da oposição, economistas, uma parte muito considerável da opinião pública, o Presidente da República) ao governo, parte do PS, parte da oposição e alguns interesses económicos e regionais que legitimamente beneficiam dessas obras. Se esta batalha, mais ou menos campal, se fizesse no terreno de um país “habitual”, onde modelos de desenvolvimento se confrontassem, ou até escaramuças ideológicas, poder-se-ia discutir o mérito de cada um dos lados com a mesma “habitualidade” do país. Só que a actual situação é tudo menos “habitual”. Bem pelo contrário, é excepcional. E, na excepcionalidade dos dias que correm, parece absurdo a toda a gente que se continue a mesma política dos dias anteriores à crise de 2008, com as mesmas consequências, com os mesmos custos e com a mesma necessidade de aumentar a dívida e o défice que constituem os problemas mais graves que afectam a soberania de Portugal.
Se algum resto de seriedade ainda se mantém no governo, não se percebe por que razão pelo menos o Ministro das Finanças não bate a porta e pergunta alto e bom som ao Primeiro-Ministro como é que ele quer evitar uma “crise à grega” continuando a gastar o dinheiro que não temos e que andamos a pedir cada vez mais caro. Este é um caso em que o Titanic depois de bater no primeiro iceberg, acelerou os motores para ir bater no segundo e depois no terceiro, nem que seja já meio dentro de água. Deve ser isso que o Primeiro-ministro chama de “manter o rumo”. (url)
© José Pacheco Pereira
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