ABRUPTO

6.3.10


COISAS DA SÁBADO: OBAMA NÃO VAI À LUA

Eu sei que em períodos de crise, fora de Portugal, olha-se mais para os dedos e menos para os anéis e que o programa espacial americano é visto como fazendo parte dos anéis pela actual administração de Obama. Obama resolveu por isso cancelar o programa de enviar de novo homens à Lua, que vinha de Bush. É verdade que há muita controvérsia sobre a relação custo-benefício da exploração espacial por humanos, em detrimento daquela que é feita por sondas e instrumentos. Há razão, do estrito ponto de vista cientifico, em canalizar os recursos para programas cujos resultados são muito maiores sem os custos e riscos das missões humanas. Mas a “conquista espacial” não é apenas uma questão científica, é também humana no seu sentido simbólico e, a prazo, de sobrevivência da espécie. Simbólico porque a predisposição de uma sociedade para aceitar os enormes gastos dos programas espaciais vem de se sentir representada na pegada de um astronauta na Lua, ou nas suas palavras ao descer um módulo lunar. E prático, muito prático, porque os planetas menos inóspitos do nosso sistema, Marte em particular, são o nosso caminho para encontrar recursos que aqui vão ficando escassos e sabe-se lá, a mais longo prazo, aí fazermos uma extensão da nossa Terra.

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© José Pacheco Pereira
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