ABRUPTO

13.2.10


COISAS DA SÁBADO:
ONDE FALTA O ESTADO E ENTÃO O GOVERNO NEM SE FALA

A CREL, uma das principais vias de acesso a Lisboa, está encerrada há cerca de três semanas depois de um aluimento de terras. O acidente deu-se a 22 de Janeiro e, à data a que escrevo, 9 de Fevereiro, não se sabe ainda quando abrirá. Parece que uma chuvada interrompeu uns trabalhos de remoção de terras e hoje, em Portugal, uma chuvada é “mau tempo” suficiente para parar tudo, segundo a Brisa. Há ainda um qualquer imbróglio jurídico sobre quem é responsável pela remoção e pagamento dos prejuízos, entre o município da Amadora, a Brisa e a empresa dona dos terrenos. Quem já veio com celeridade dizer que não paga “um tostão” pelos prejuízos aos utentes da CREL foi a Brisa. Aqui rapidez e decisão não falta.

Eis um retrato do país. Aqui não há Estado a mais, há a menos. Ninguém, a começar pelo governo e o município actua em função do interesse público e usa os instrumentos que tem para por a estrada a funcionar e depois vê-se em tribunal quem paga a conta, verdade seja que só daqui a uma década. O que não pode acontecer é que o país continue a pagar – sim que estas coisas têm um custo elevado para a produtividade do país – a indiferença e a impotência com que se assiste a um aluimento de terras numa das principais vias de acesso a uma região urbana com gravíssimos problemas de trânsito, que fica encerrada semanas e semanas a fio, sem ninguém ser responsável por coisa nenhuma.

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© José Pacheco Pereira
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