ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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2.1.10
SIM, SOU A FAVOR DE UM "ENTENDIMENTO" NO ORÇAMENTO SE existir "um plano credível para o médio prazo, de modo a colocar o défice do sector público e a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade", como pede o Presidente. Ou seja, sem as loucuras dos grandes investimentos, sem a continuação da política de desastre que afundou o país na dívida e no descalabro orçamental, sem o contínuo gastar "mais do que produzimos" . Discutir o sim ou o não ao Orçamento sem cuidar do seu conteúdo, é participar numa chantagem sobre o PSD e a restante oposição. O Presidente não o fez, esclareceu os termos do que deve ser negociado. Repito: "um plano credível para o médio prazo, de modo a colocar o défice do sector público e a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade". Ou seja, o Presidente não falou de qualquer Orçamento em abstracto, mas sim de um que corresponda aos interesses e aos problemas do país.SE É uma ficção pensar que é possível conseguir uma melhoria duradoura do nível de vida dos portugueses sem o aumento da produtividade e da competitividade da nossa economia."como pede o Presidente, se fizerem escolhas orçamentais que tenham a ver com estes factos: "Os dinheiros públicos não chegam para tudo e não nos podemos dar ao luxo de os desperdiçar.(...) Nas circunstâncias actuais, considero que o caminho do nosso futuro tem de assentar em duas prioridades fundamentais. Por um lado, o reforço da competitividade externa das nossas empresas e o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira. Por outro lado, o apoio social aos mais vulneráveis e desprotegidos e às vítimas da crise. SE se combater a "situação explosiva" que o Presidente enuncia como sendo esta:"A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso. O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes. Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim. Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado. Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura. Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva." SE tudo isto for o pano de fundo do Orçamento, e estiver traduzido nas suas opções fundamentais, o PSD será o último a poder rejeitá-lo. Mas SE o PSD assinar de cruz o Orçamento, como a enorme pressão que está a ser feita deseja, venha lá o que vier, venha lá a mesma política de suicídio que empurrou o país para esta crise, bem pode dizer adeus à oposição nos próximos anos. Todas as vezes que criticar uma política do governo, o PS lembrar-lhe-á que a aprovou no Orçamento, e o resto da oposição dir-lhe-á que não tem credibilidade para a criticar porque a aprovou nos idos de 2010. (url)
© José Pacheco Pereira
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