ABRUPTO

9.1.10


EARLY MORNING BLOGS

1718 - Do Mero Ser

A palmeira, onde a mente acaba,
Para lá do último pensamento, ergue-se
Na distância do bronze,

Um pássaro de penas douradas
Canta na palmeira, sem sentido humano,
Sem sentir humano, uma canção estrangeira.

Então tu sabes que não é a razão
Que nos faz felizes ou infelizes.
O pássaro canta. As penas brilham.

A palmeira ergue-se à beira do espaço.
O vento move-se nos ramos lentamente.
Pendidas, oscilam as penas do pássaro ornadas de fogo.

(Wallace Stevens, tradução de João Ferreira Duarte)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]