ABRUPTO

11.12.09


PERGUNTAS DO



Há cinco anos que José Sócrates utiliza uma linguagem agressiva, muitas vezes insultuosa, com os deputados que o criticam. O "juizinho" de há dias é apenas a última versão de um estilo que tornou todos os encontros com ele no Parlamento numa sessão de agressividade política que é difícil de aceitar entre os deputados que controlam e o governo que é controlado. Na Assembleia, Governo e Parlamento não são iguais, têm uma hierarquia no topo do qual está o Parlamento, até porque há ministros que não são seus membros como acontece no Reino Unido.

Durante anos este estilo do "animal feroz" foi saudado pela comunicação social, que gosta destes incidentes como de pão para a boca. Contam-se pelos dedos de uma mão as referências ao estilo inaceitável do Primeiro-ministro no Parlamento, tanto mais que ele não responde a uma única pergunta que lhe fazem. Também nunca foi admoestado pelo Presidente da Assembleia. Agora, que é o Parlamento a ter a maioria absoluta (entenda-se isto com um grão de sal), a troca de epítetos entre Maria José Nogueira Pinto e um deputado que eu nem sabia que existia do PS, lamentável que seja, provoca uma fúria hipócrita em editoriais da comunicação social muito indignados com o "parlamento Batatoon".

Não acredito nada nesta indignação de encomenda, que é mais saudades pela maioria absoluta do governo PS, ou alinhamento na campanha anti-parlamentar do PS, do que preocupação pela instituição em si, mas ocorre-me perguntar: nunca ouviram o Primeiro-ministro no Parlamento, ou as máquinas de filmar e gravar encravam nessa altura?

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© José Pacheco Pereira
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