ABRUPTO

6.12.09


PERGUNTAS DO



Entrevista de Passos Coelho ao Jornal de Notícias:
Que medidas concretas sugere?

Nas medidas pela negativa, importa impedir tão rápido quanto possível que Portugal continue a endividar-se a este ritmo. É decisivo não avançar com a construção do TGV na ligação de Lisboa a Madrid para encontrar alguma folga para que as verbas destinadas a ser drenadas nesse projecto, com o qual nos comprometemos internacionalmente, possam ser aplicadas de outra forma na economia. Por outro lado, é importante que Portugal substitua todos os projectos de sub-concessões de auto-estradas por outras intervenções viárias que não tenham todos estes custos. Nas medidas pela positiva, em primeiro lugar, é urgente atrair capitais nacionais e internacionais e, em segundo, apostar num crescimento da economia capaz de garantir maior pujança ao sector exportador. Temos de travar esta precipitação para o endividamento porque Portugal poderá perder liberdade dentro de pouco tempo.

(...)

A resposta para a crise está fora das grandes obras públicas?

A resposta está na dinamização das micro economias que o País tem, por exemplo, novas tecnologias, energias limpas e indústrias criativas e culturais, que têm um potencial de crescimento.

A sua receita para a lipoaspiração do Estado passa por alterar as medidas de emergência social?

Existem 530 mil desempregados em Portugal e dentro de um ou dois anos serão 650 mil. O Estado terá dificuldades para dar resposta a todas as solicitações.

As medidas devem ser mantidas?

As medidas de urgências são adoptadas para responder a situações de emergências e a as pessoas que estão em risco não podem ser abandonadas, mas acrescento que o Estado não terá possibilidade de as manter durante muitos anos. É preciso apostar na captação de investimento para criar emprego e colocar as pessoas que estão a auferir de apoios sociais possam ter oportunidades de formação e dar também algum retorno à sociedade, por exemplo, através de trabalhos cívicos, disponibilizando-se para ajudar organizações não-governamentais, instituições sociais, etc.

Portugal pode combater o défice sem aumentar os impostos?

A sociedade não aguenta mais aumentos de impostos. A prioridade deve ser reduzir a despesa.

Isto é aquilo que hoje já se tornou num lugar comum. Tornou, não era. Não foi aliás o que Passos Coelho disse na sua campanha em 2008 e passou um ano a dizer que era um "vazio" de posições. Expliquem-me lá, em bom português, onde está a diferença com o que Manuela Ferreira Leite anda há um ano a dizer?
NOTA: há de facto uma diferença mas é nesta concessão aos votos das distritais regionalizadoras como a do Algarve, em contradição com posições suas anteriores: "admito que em sede de revisão constitucional seja criada uma região-piloto, através da qual possamos iniciar o processo de regionalização em busca de mais consensos."

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© José Pacheco Pereira
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