ABRUPTO

3.11.09


EARLY MORNING BLOGS

1666

A list of some observation. In a corner, it's warm.
A glance leaves an imprint on anything it's dwelt on.
Water is glass's most public form.
Man is more frightening than its skeleton.
A nowhere winter evening with wine. A black
porch resists an osier's stiff assaults.
Fixed on an elbow, the body bulks
like a glacier's debris, a moraine of sorts.
A millennium hence, they'll no doubt expose
a fossil bivalve propped behind this gauze
cloth, with the print of lips under the print of fringe,
mumbling "Good night" to a window hinge.

(Joseph Brodsky)

*
O seu poema de Brodsky trouxe-me à memória a seguinte transcrição (que pode ver aqui) de parte do julgamento dele por parasitismo, em 1964:

juiz: E qual é a sua profissão em geral?

Brodsky: Poeta e tradutor.

juiz: Quem o reconheceu como poeta? Quem o inscreveu na lista dos poetas?

Brodsky: Ninguém. Quem me inscreveu como ser humano?

juiz: Estudou isto?

Brodsky: Isto?

juiz: Como tornar-se poeta. Não tentou terminar o liceu, onde se ensina, onde se prepara?

Brodsky: Não acho que se possa aprender isto na escola.

juiz: Então como?

Brodsky: Acho que... vem de Deus.

(José Carlos Santos)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]