ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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22.10.09
COISAS DA SÁBADO: DOIS CASOS EXEMPLARES - LEIRIA E FARO Lista de "independentes" dissidentes do PSD. Analisando uma a uma as perdas do PSD nas autarquias, e sem desprimor para as vitórias do PS, verifica-se que na maioria das autarquias do PSD que passaram para o PS tal se deveu à profunda divisão interna das estruturas do partido, que patrocinaram listas de “independentes” contra as candidaturas oficiais do partido, ou apoiaram às claras os adversários para estes derrotarem os “amigos”. O caso de Leiria (como o da Figueira da Foz) mostram como a prevalência dos conflitos internos atingiu níveis de radicalismo tão absurdos que as próprias listas do PSD eram tidas como o inimigo a abater. Noutro concelho encontrei, por exemplo, uma lista “independente” que era nem mais nem menos que a estrutura do PSD concelhia contra a escolha distrital e que na linguagem e postura só faltava matarem-se uns aos outros.Isto valoriza as vitórias que tiveram a ver com o confronto limpo de um grande papel das dissidências internas, como é o caso do PSD com Macário em Faro, ou, no PS, vitórias como a de Barcelos. Aqui foram dois partidos, um contra o outro, e não um candidato contra parte do seu partido e o outro. Caso a caso, verifica-se que há fenómenos destes no PSD e no PS, mas o PSD é o recordista, levantando um problema que também existe ao nível nacional, a prevalência de interesses e grupos instalados para quem a derrota do seu partido é mais importante do que a vitória sobre o adversário. Marcelo tem razão ao colocar a ênfase no fenómeno da “balcanização” no PSD, mas ele não desaparece ou esmorece enquanto as carreiras políticas ligadas a interesses, dentro e fora do partido, encontrem vantagens no poder interno, à revelia do prestígio e do reconhecimento externo. O problema, como sempre na última década, tem a ver com o estado do partido e pouco a ver com as lideranças, demasiado fragilizadas para conseguirem mudar regras e práticas completamente estabelecidas. (url)
© José Pacheco Pereira
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