ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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4.9.09
COISAS DA SÁBADO: COMO SE FAZ CAMPANHA QUANDO NÃO HÁ ESPERANÇA NAS PESSOAS?
Eu que sou candidato, como se sabe, faço-me muitas vezes esta questão e como não me satisfaz o discurso direitinho que é suposto ter-se (que começa por considerar que não se deve fazer esta pergunta), ela permanece em aberto. Não vale pena virem convencer-me ou ir convencer alguém que há alguma luz no fundo do túnel e que devem votar por quem coloca lá o holofote. Bem ao meio do túnel, sem saber quando ele acaba. Fartos de promessas está Portugal inteiro, não é pois por aí. É preciso “esperança” dizem. Claro que é preciso esperança, mas como é que da parte da política se pode dar esperança quando as pessoas não a têm e nenhuma varinha de condão lhas pode dar. Mais: não penso que se dê “esperança” falando da esperança ou espirrando optimismo por todos os poros. Bem pelo contrário. Só haverá esperança de novo depois de uma etapa intermédia, a da travagem do descalabro. Quando as pessoas deixarem de temer tudo, talvez possam de novo começar a votar pelas expectativas e pela esperança. Até lá o que há de mais sério é o realismo, realismo, realismo. E soluções realistas, em vez das fantasias “mobilizadoras” que são a habitual receita para o despesismo. Deixem-se lá de fogo de artifício, coloquem na mesa as coisas simples e seguras. (url)
© José Pacheco Pereira
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