ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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30.9.09
Será que os jornalistas do Diário de Notícias já perceberam que quando alguém souber da "fonte" que passou o email do Público, não terá a mais pequena hesitação em divulgá-la, agora que tal prática "deontológica" é defendida como boa pela direcção, redacção e provedor do Diário de Notícias? E acaso essa revelação não é de "interesse público", agora que o Presidente da República acusou o jornal de participar numa "manipulação" do PS? Este é um caso típico da Caixa de Pandora. * O que eu acho grave em termos jornalísticos (e o silêncio do Sindicato do Jornalistas ainda mais) é o precedente que se abre nas relações entre os órgãos de informação e entre estes e as suas fontes. Bettencourt Resendes acha legítimo, "em nome do interesse público", expor uma fonte de um outro órgão de informação - apesar de, ao mesmo tempo, se contentar com a resposta de João Marcelino, que indicou que "[...]Para além da 'fonte' junto da qual obtivemos os documentos, confirmámos, posteriormente, a sua autenticidade por uma outra 'fonte' que conhecia toda a documentação." (excerto retirado do artigo do Provedor do leitor do DN de 26 de Setembro). Ou seja, a interpretação do artigo 5 do Código Deontológico dos jornalistas depende da noção que cada um tem do que é "matéria de interesse público evidente". Num caso é legítimo, porque há interesse público evidente, expor uma fonte jornalística de um colega de profissão. Contudo, essa notícia em si baseia-se em "fontes" que já passam a ser anónimas, nesse caso já é legítimo manter o seu anonimato. (url)
© José Pacheco Pereira
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