ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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23.6.09
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (101): A CRITERIOSA ESCOLHA DAS PALAVRAS PARA MANIPULAR A OPINIÃO A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. Esta é comigo, mas como é exemplar de como as coisas se fazem e de como se processa a manipulação, fica aqui registada. Em nenhum sítio e em nenhuma circunstância (quer no Público, quer na Quadratura do Círculo), usei a palavra "limpeza", como se poderia implicar pela existência de aspas numa palavra que nunca disse ("limpeza"). A única coisa que eu disse foi esta, ipsis verbis,: O que Manuela Ferreira Leite hoje precisa para competir de forma mais perfeita com o PS é restituir a honra governativa perdida do PSD, um partido que deu ao país governos como os da AD e os de Cavaco Silva, mas que para muitos portugueses tem essa reputação manchada. Para isso, precisa da maior liberdade, porque tem autoridade política que veio de fora, do voto, e precisa de a usar rapidamente nas opções mais difíceis, antes que o tempo exerça a sua usura. Precisa de escolher listas de deputados qualificadas, constituindo equipas com gente velha e nova, mas que seja reconhecida pelo país, pelos grupos profissionais, pelas elites e pelo homem comum, pelos que precisam de melhor política, como dedicados, capazes, impolutos e estando ali pelo interesse público. O Diário de Notícias e alguns blogues dos seus jornalistas, desde que apareceu esta frase, a única que eu disse, traduziram-na por "limpeza" e nalguns casos "purga" e "purga estalinista". Podia ser "renovação", mas como é comigo é sempre "purga", podia ser apenas a admissão de algo que toda a gente anda a dizer e a pedir há muito, mas comigo é sempre "limpeza". A manipulação está aqui, as palavras são ad hominem. E esta manipulação não é de agora, começou mal eu disse a frase. Já na entrevista a Paulo Rangel, trataram igualmente de amplificar essa interpretação, levando alguém a responder não ao que eu disse, mas ao que o jornalista disse que eu disse, outro truque manipulatório cada vez mais frequente. Rangel foi perguntado nestes termos e com insistência: Será que o Diário de Notícias se importa de me citar para eu saber quando é que disse isto: ("Já ouvimos Pacheco Pereira dizer que é altura de limpar o partido, para garantir que esta forma de fazer política é a vencedora") ou falei de "limpeza"? Claro que se importa, porque nada disto existe. É assim que se fazem as coisas. (url)
© José Pacheco Pereira
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