ABRUPTO

17.5.09


SE PORTUGAL FOSSE UM PAÍS A SÉRIO... (2)



... muita coisa que se faz não se poderia fazer.

Se Portugal fosse um país a sério reagiria com veemência ao anúncio do primeiro-ministro de ir à Madeira distribuir 200 computadores Magalhães, num acto de pura propaganda política, que transmite todas as mensagens erradas sobre a apropriação partidária e pessoal do Estado por um homem e por um partido. Esta noção patrimonial do Estado, que é "deles", que "eles" oferecem ao sabor das conveniências, das compras dos votos, é a do país das "cunhas", dos "pedidos", dos "favores", da corrupção, do partidarismo, das clientelas, o mesmo Portugal de sempre de que não nos livramos nunca, o do Senhor Joãozinho das Perdizes e a sua fila submissa de eleitores paga a copos de vinho. Ao lado de Sócrates, atacar Valentim Loureiro, que dava electrodomésticos em campanha, é pura hipocrisia. Valentim dava os seus próprios electrodomésticos, pagos com o seu dinheiro, Sócrates dá os computadores, pagos com o nosso dinheiro, a que só falta colocar um emblema do PS, como certamente Elisa Ferreira quereria, ela que disse que Rui Rio pintou os bairros sociais do Porto, "mas esqueceu-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS". É do Estado, logo é do PS.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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