ABRUPTO

25.4.09


COISAS DA SÁBADO: O CANDIDATO APRESENTADO A TEMPO



Como se sabe, o candidato do PS, - aquele cuja apresentação definiu o próprio tempo, - tem aproveitado esse tempo para tropeçar todos os dias na sua própria candidatura e criar problemas para si próprio e para o PS. Esse modo peculiar de gerir o tempo, culminou num desastre no último Prós e Contras. Vital Moreira conseguiu perder o debate com Paulo Rangel, Nuno Melo, e Miguel Portas. Ilda Figueiredo não conta porque nunca está verdadeiramente em nenhum debate, não ouve nada do que se diz, repete uma espécie de oração que voa nos seus lábios com a velocidade de um vento rapidíssimo e o que sobra é para se queixar de que não a deixam falar.

Mas, a seu modo, Paulo Rangel, Nuno Melo, e Miguel Portas nem sequer precisaram de um grande esforço para por Vital Moreira num estado de caos, sem nexo, dizendo coisas absurdas (os impostos desceram em Portugal, por exemplo), oscilando entre ser mais papista que o papa (Sócrates e o PS), e “neutral” onde não se pode ser, fugindo de responder a questões sem as quais não pode “existir” como candidato em nenhuma campanha eleitoral europeia, como seja fazer um balanço do trabalho da Comissão. A coisa chegou a ser confrangedora.

Vital nem sequer usou a vantagem de serem quatro contra um, algo que coloca esse um sempre numa posição virtualmente vantajosa num debate, até porque concentra sobre si as atenções e permite explorar as contradições no discurso europeu de PSD, PP, PCP e BE. Mas, como disseram Rangel e Portas, o lugar em que Vital se sentou foi o do governo do PS, pelo qual resolveu responder no tom ultra-ortodoxo que usa quando escreve em defesa de Sócrates e que explica, com toda a probabilidade, a razão porque foi escolhido. Bastava olhar para o friso da lista socialista na primeira fila, cheio de velhas raposas da política partidária, para perceber a insatisfação que todos tinham com o seu cabeça de lista.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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