ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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28.2.09
![]() ![]() VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 28 de Fevereiro de 2009. ![]() Não. É inaceitável que não se possa discutir o caso Freeport para além da discussão que interessa ao governo, que é a das fugas de informação. O caso Freeport tem entre outras coisas uma polícia estrangeira a investigar o Primeiro-ministro português por suspeitas de corrupção. Basta isso e nós não o podemos discutir? Não podemos discutir o que se passou quando o Primeiro-ministro, que usa o Freeport como arma de arremesso político à mais pequena oportunidade, se recusa a esclarecer o que deve, e que é muito? Quando estamos num país em que se pode, na Assembleia da República, inquirir sobre o BPN, e não passa pela cabeça de ninguém inquirir sobre o caso Freeport? Vejam lá se o BE tão lesto em pegar sempre nestas coisas, não vem sempre proteger Sócrates... E a oposição, se no início manteve silêncio e bem sobre o caso, não pode agora continuar calada quando Sócrates o transforma numa estratégia eleitoral. Discutir o caso Freeport é um dever cívico por muito que incomode o Primeiro-ministro, mesmo com base em fugas de informação, que só exigem prudência no seu uso e não censura do seu conteúdo. É verdade que há uma investigação criminal (no caso do BPN também e isso não foi óbice), mas não é exigível civicamente saber-se o que se passou e o que se passa numa investigação criminal que põe seriamente em causa a justiça e a sua relação com o poder político? Não se pode inquirir sobre um licenciamento estranhíssimo de um grande empreendimento numa zona especialmente protegida numa comissão parlamentar? Não se pode discutir o que se sabe, porque alguma coisa (longe de ser a mais importante) que se sabe tem origem em fugas de informação? Desde quando é que o PS se inibiu alguma vez de discutir fosse o que fosse apenas porque teve origem em fugas de informação? Se for o BPN podemos discutir com base em fugas sem encher as páginas de "alegados", se for o Freeport é "alegados" às centenas... Quando o Primeiro-ministro usa o caso Freeport para conduzir uma luta política, ao mesmo tempo que pretende chantagear quem o discute substantivamente ( e meus caros amigos há matéria para o fazer e não é pouca), não se pode ficar silencioso, que é o que ele quer. Nem se pode nomear a TVI e o Público como querendo "governar" o país fazendo um complot contra o governo e as excelsas virtudes do Primeiro-ministro, sem perceber que este homem quer amordaçar o mais pequeno vislumbre de irreverência e independência da comunicação social. Estivesse esta mais viva e menos situacionista e as palavras de Sócrates ontem dariam origem a uma indignação que nos faz falta em nome da liberdade. Porque este homem é perigoso, demasiado perigoso. (url)
© José Pacheco Pereira
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