ABRUPTO

21.2.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (53):
O PEDIDO DE DESCULPAS DO EMPREGADO AO PATRÃO


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Poucas atitudes dizem mais da governamentalização da RTP do que este pedido de desculpas ao Ministro Santos Silva, o ministro que manda na casa. É que é tão pouco comum um órgão de informação pedir desculpas por este tipo de coisas, (desconheço aliás qualquer outro caso semelhante), como, se se considera que isto foi um erro, a RTP tem muitos mais pedidos de desculpas a fazer a muita gente. Por exemplo, a quem coloca a imagem e as declarações no ecrã e uma frase crítica que as contraria no rodapé.

Fosse outro o interlocutor e outras as circunstâncias, o queixoso levava com uma sarabanda a dizer que os jornalistas não tem que dar explicações dos seus critérios editoriais e que a distinção entre aquilo que diz Santos Silva como Ministro e o que diz como dirigente do PS não pode ser aceite por um órgão de comunicação como ele desejaria que acontecesse. Porque é suposto que o Ministro dos Assuntos Parlamentares não fale aquela linguagem nem num sítio nem no outro, e porque, tanto quanto se saiba, ele não padece da disfunção do Dr. Jekyll e do Senhor Hyde. Uma coisa sabemos ao certo, é que quem foi entrevistado pela RTP foi o patrão da RTP.

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© José Pacheco Pereira
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