ABRUPTO

19.2.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (49):
PRECISAMOS DE FALAR, TEMOS SEMPRE A PORTA ABERTA, NO TEMPO QUE QUEREMOS, NO PALCO QUE QUEREMOS



A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Entre ontem e hoje, o Ministro Santos Silva, cujo papel no governo é o do ataque e da resposta agressiva à oposição, deu duas longas entrevistas, à RTP e à TSF. Pelo menos, que eu saiba. Nem a TSF no Forum, nem a RTP deu nem dará à oposição qualquer coisa que se assemelhe ao mesmo tempo que o governo tem para conduzir uma pura actividade política em ano eleitoral. Uns minutos dispersos e contraditórios são uma fraca alternativa frente a longas entrevistas que o governo tem quando quer e quando precisa. Tem-nas no tempo certo, quase sempre com a última palavra e com uma desproporção de meios total. E tem-nas com a colaboração de muitos órgãos da comunicação social, que são subservientes ao poder. Se somarmos a isto, as sucessivas declarações políticas diárias do Primeiro-ministro que se desloca onde for preciso para ter um cenário para fazer declarações contra a oposição, em particular na televisão, que equilíbrio pode ter a vida política com esta hegemonia do "melhor" espaço público para o governo e o PS?

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© José Pacheco Pereira
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