ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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17.2.09
![]() ÍNDICE DO SITUACIONISMO (45): SOBRE UMA CAMPANHA "NEGRA" AFINAL MUITO BRANCA ![]() A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. Para além do ridículo de considerar campanha "negra" uma campanha feita na praça pública, assinada e identificada, se a comunicação social fizesse o seu trabalho de casa em vez de tomar por boas as insinuações governamentais (via Santos Silva e Sócrates), chegaria facilmente à conclusão de que o cartaz da JSD já teria que estar preparado muito antes de se saber que havia um "Pinocchio" no caso Freeport , pelo que a única sugestão que podia ser considerada "negra" era muito pouco plausível (*). ![]() Podem considerar o cartaz de mau gosto, mas mais nada. E original é que ele não é. Bastava ir à Internet para verificar que a representação de Sócrates como Pinóquio é muito anterior ao caso Freeport e muito mais comum do que se imagina. Sócrates como Pinóquio apareceu em Carnavais em carros alegóricos, manifestações da CGTP e dos professores, blogues e jornais como caricatura, e ...na Assembleia Regional da Madeira. Pelos vistos a "campanha negra" já data de há muito. Alguns exemplos portugueses (e há mais) : um do Bloco de Esquerda com outra personagem ![]() * Há vários exemplos de "indignações" na comunicação social com o cartaz, algumas já aqui referidas. Uma delas é um editorial de Manuel Carvalho no Público: Há um cartaz espalhado pelo país que se transformou num espinho cravado no debate político e ameaça a estratégia do PSD. Ao colocar nas ruas a imagem de José Sócrates retratado com o nariz comprido de Pinóquio, a JSD exibiu "irreverência" (adjectivo de Manuela Ferreira Leite), qualidade que, com complacência, se tolera nos actos das juventudes partidárias. Mas a mensagem subliminar do cartaz vai muito além da intenção de dizer com a graça dos mais novos que o primeiro-ministro é um crónico incumpridor de promessas ou um reincidente promotor de palavras falsas. Depois de as notícias dos jornais transcreverem a carta rogatória da polícia inglesa sobre o caso Freeport, na qual um tal "Pinóquio" é citado como estando no cerne de putativos pagamentos ilegais, o cartaz da JSD deixou de ser apenas uma denúncia sobre a falta de realização de promessas políticas: tornou-se também uma peça que promove em público a associação directa entre José Sócrates e as suspeitas do Freeport.A melhor resposta veio no mesmo dia no mesmo jornal dada por Eduardo Cintra Torres: (url)
© José Pacheco Pereira
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