ABRUPTO

3.2.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (31):
A QUESTÃO FREEPORT NA COMUNICAÇÃO SOCIAL (19)



Repare-se nesta notícia da RTP aqui (a seguir reproduzida) e observe-se quais são os quadros que são publicados: exactamente os que são menos penosos e mais favoráveis a José Sócrates, o da "campanha negra" e o da opinião sobre o Primeiro-ministro. Os resultados mais hostis e que tem óbvio interesse jornalístico (por exemplo "seis em cada dez dos inquiridos considera que José Sócrates deixou coisas por esclarecer" ou "quarenta e três por cento dos inquiridos não acredita em José Sócrates quando afirma que não houve qualquer espécie de favorecimento no processo de aprovação do Freeport" ou "44 por cento dos inquiridos a comunicação social têm agido bem"), não tem direito a quadro. É assim que as coisas se fazem.

SITUACIONISMO +4
Portugueses querem saber mais sobre o caso Freeport

RTP Caso Freeport foi alvo de sondagem

A maioria dos portugueses considera que José Sócrates não deu todas as explicações sobre o caso Freeport. Numa sondagem da RTP, Antena 1 e Jornal de Notícias realizada pela Universidade Católica, 61 por cento dos inquiridos considera que o primeiro-ministro tem que dar mais esclarecimentos. Quase todos os inquiridos acompanham o caso Freeport e mais de metade demonstra interesse no caso.


Quando questionados sobre se já tinham ouvido falar da controvérsia sobre o licenciamento do Freeport, 84 por cento dos inquiridos respondeu que sim, e apenas 15 por cento afirmou que nunca tinha ouvido falar.

Aos 84 por cento que já tinham ouvido falar sobre o assunto foi colocada a pergunta: Acha que o primeiro-ministro já esclareceu completamente as dúvidas que surgiram em relação à sua actuação neste caso ou deixou coisas por esclarecer?

Perante esta questão seis em cada dez dos inquiridos considera que José Sócrates deixou coisas por esclarecer (61 por cento), 18 por cento ficou completamente esclarecido e 21 por cento não sabe se ficou ou não esclarecido.

Quarenta e três por cento dos inquiridos não acredita em José Sócrates quando afirma que não houve qualquer espécie de favorecimento no processo de aprovação do Freeport, no entanto, 23 por cento acredita nas palavras do primeiro-ministro, dois por cento recusou responder e 32 por cento não tem ainda uma convicção sobre o assunto.

Tese da cabala contra José Sócrates é a que menos divide os inquiridos

Quando questionados se concordam ou não com a declaração do primeiro-ministro quando afirma que há uma campanha negra com o objectivo de afectar a sua honra em ano de eleições, 38 por cento está de acordo e 36 por cento discorda, uma diferença mínima.

Vinte e quatro por cento dos inquiridos não tem ainda uma opinião formada sobre o assunto e dois por cento recusou responder.



Metade dos portugueses não mudou a opinião que tinha sobre José Sócrates

Para metade dos portugueses que responderam a este inquérito da Universidade Católica a opinião sobre o primeiro-ministro não mudou. A maioria considera que José Sócrates tem agido bem em todo este processo.

Quando questionados sobre se no seguimento desta controvérsia a sua opinião sobre José Sócrates mudou ou não, cinquenta por cento dos entrevistados mantém a mesma opinião sobre o secretário-geral do PS e para 31 por cento a opinião mudou para pior.



Para oito por cento a opinião sobre o primeiro-ministro mudou para melhor, um por cento recusa responder e dez por cento não sabe se mudou ou não.

Trinta e três por cento dos questionados consideram que José Sócrates agiu bem em todo este caso, contra 30 por cento que acha que o primeiro-ministro agiu mal.

Para doze por cento o secretário-geral do Partido Socialista agiu muito mal, enquanto nove por cento considera que Sócrates agiu muito bem. Dezasseis por cento dos inquiridos não tem uma opinião formada sobre esta questão.

Actuação das autoridades judiciais não agradam aos portugueses

O papel das autoridades judiciais portuguesas também foi avaliado nesta sondagem da RTP, Antena 1 e Jornal de Notícias e a avaliação não foi muito positiva.

À pergunta como avalia a actuação das autoridades judiciais portuguesas neste processo? a maioria dos inquiridos considera que a actuação foi negativa. Quinze por cento acha que as autoridades judiciais agiram muito mal e 30 por cento considera que a actuação foi má.

Trinta e três por cento acha que as autoridades judiciais agiram bem e apenas nove por cento elogia o papel da justiça neste processo. Dezasseis dos inquiridos não sabe.

Quase metade dos inquiridos (48 por cento) não tem confiança que a investigação sobre este assunto vá esclarecer todas as dúvidas enquanto 42 por cento demonstra confiança no esclarecimento das dúvidas. Os restantes dez por cento não têm opinião formada sobre a questão.

Comunicação social tem agido bem no acompanhamento do caso Freeport

O papel da comunicação social no acompanhamento do caso Freeport e o interesse com que os inquiridos têm acompanhado este assunto foram outros dos temas analisados nesta sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Jornal de Notícias.

Para 44 por cento dos inquiridos a comunicação social têm agido bem, no entanto, 29 por cento dá uma nota negativa ao papel da comunicação social no caso.

Nove por cento considera que a comunicação social tem agido muito mal, contra quatro por cento que dá um excelente. Treze por cento dos inquiridos não sabe ou não responde.

Trinta e seis por cento dos inquiridos revela que tem acompanhado o caso com algum interesse, 22 por cento com muito interesse. Vinte e oito por cento dos inquiridos afirma acompanhar o caso com pouco interesse.

Nenhum dos inquiridos se recusou a responder a esta questão, no entanto, um por cento não tem opinião formada. Catorze por cento confessa que não tem nenhum interesse no acompanhamento do caso. (...)

Cristina Sambado, RTP
2009-02-03 11:57:34


(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]