ABRUPTO

3.1.09


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 3 de Janeiro de 2009.

A espantosa transformação da mensagem presidencial numa carta delicodoce a favor da concórdia dos cidadãos, feita a partir daquilo que se diziam ser as expectativas de mata e esfola, - um mecanismo mediático habitual em que se cria uma pseudo-realidade com a qual a realidade é depois medida, - é um interessante critério para medir as simpatias escondidas do comentário com o governo do nosso "engenheiro". Para mim, bastou-me ouvir a mera menção de que "é preciso falar verdade" para perceber qual era o alvo presidencial.

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Ontem na SIC dizia-se que a "revolta árabe (sic) foi contida pela Autoridade palestiniana", que como nós sabemos é constituída por aborígenes australianos.

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Na RTP repete-se em directo e em diferido que o facto de o Hamas continuar a lançar mísseis Qassam sobre a população das aldeias e cidades israelitas é o sinal de que a ofensiva israelita não tem tido resultados em enfraquecer o Hamas. Como é habitual no noticiário prosélito da RTP (Iraque, Obama e conflito israelo-palestiniano tem sempre cobertura comprometida por causas) as "notícias" são feitas em círculo vicioso: o preâmbulo dito por um jornalista, opinativo ou conclusivo, enquadra uma reportagem destinada a justificar os pressupostos enunciados antes. O que manda na "notícia" não é a notícia, mas a opinião. Alguém por favor explique à RTP e aos seus correspondentes que o Hamas pode estar reduzido a vinte homens que continua a poder lançar mísseis Qassam cuja técnica de lançamento é muito simples. A prazo, o argumento tem sentido, porque já não é tão fácil produzi-los e manter os stocks, mas a curto prazo podem ter a certeza que o Hamas mantém ainda um número suficiente para continuar a dar razão à RTP.

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© José Pacheco Pereira
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