ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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2.1.09
É O DESEMPREGO, ESTÚPIDOS É o desemprego, é o desemprego, é o desemprego. É o desemprego o principal factor de crise social e de empobrecimento que se manifestará em 2009, e tudo o resto é secundário. O desmprego é hoje uma brutal realidade e baterá à porta de muitas famílias por esse Portugal fora. Atingirá mais o Portugal fora de Lisboa, onde o funcionalismo público tem um elevado peso na composição do emprego e que permanecerá mais defendida da crise. Mas no Norte, no Porto, em Aveiro, no Vale do Ave, em Setúbal, na Margem Sul, em Leiria, em toda a parte do país onde ainda houver tecido industrial o desemprego baterá muito forte e será o factor singular mais importante no empobrecimento, na disfunção familiar, na depressão das famílias e das pessoas. O desemprego será o grande distribuidor de infelicidade. MAIS VALE TER TRABALHO DO QUE NÃO TER O que vou escrever vai por os cabelos em pé a muita gente. Mas nestes dias de crise mais vale ter emprego, mesmo que mau, desprotegido, sem direitos, precário, do que não ter emprego nenhum. E é por isso que o reforço dos direitos laborais, o aumento das contribuições sociais, a dificuldade de contratar a recibo verde, a penalização do trabalho “negro”, têm um enorme preço em deixar mais gente na miséria. Em teoria nada há de mais aceitável, na prática nada há de mais injusto, porque em nome de quem tem trabalho e direitos adquiridos, penaliza-se quem quer qualquer trabalho, porque não encontra um trabalho decente. Para além disso é ineficaz, porque muita gente que não aceitaria trabalhar em condições de precariedade está hoje disposta a fazê-lo em quaisquer condições. A necessidade obriga e a necessidade tem muita força. É um retrocesso em termos sociais? Certamente que é, mas a alternativa é um retroceso ainda maior, é a pobreza. Não estamos em períodos de normalidade, precisamos de soluções excepcionais, mesmo que temporárias, indexadas por exemplo, aos indicadores de desemprego e de pobreza. Porque na prática, há por aí muita procura de trabalho que não se materializa, porque empregar sai demasiado caro. (url)
© José Pacheco Pereira
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