ABRUPTO

5.11.08


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS ELEITORES

Sobre o racismo nos EUA esquecemos frequentemente o outro lado da moeda: há um sentimento de profundo ódio racial por parte de certas franjas de negros contra o que apelidam de supremacia branca. O caso ocorrido hoje numa mesa de voto em Filadélfia - com membros do ainda existente Black Panthers a intimidarem eleitores brancos à boca das urnas - é só mais um dos exemplos visíveis. Mas o pior deste racismo está no quotidiano americano, com a aceitação de todas as expressões dessa afirmação racial na cultura, reprimindo qualquer intenção de a contrapôr aplidando-a de racista... E como acontece por lá, acontece por cá, na nossa Europa.

Simão Agostinho

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A derrota republicana há muito anunciada, vai concretizar-se hoje November 4th, num quadro de crescente Obamania...resta saber se no que à política internacional diz respeito, os EUA continuarão ou não a olhar para o próprio umbigo.
Temo que em termos de poliítica externa as diferenças entre Obama e McCain não sejam muito marcantes.
McCain preferiria continuar os jogos bélicos no Iraque por mais tempo, Obama apostará numa presença militar americana ainda mais intensa e eficaz no Afeganistão...ambos continuarão a ser, no entanto, permiáveis aos conselhos dos generais do Pentágono, cedendo à pressão do lobbying militar.
As diferenças entre um e outro são substanciais, isso sim, no que concerne à política interna nomeadamente em matéria fiscal, política de rendimentos e política social i.e. serviços de saúde. Nessa matéria Obama será diferente - Yes he can - e a mudança desejável será possível e viável (lembre-se a proposta de criação de um seguro de saúde universal cobrindo todas as classes)...como vai ser financiado, é outra questão...
Ao resto do mundo importa saber o que vai mudar não na forma, mas no conteúdo da politica externa americana e nesse domínio as expectativas não serão muito elevadas...

(António Ruivo)

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Comecei esta noite a ler "Então chegámos ao fim" de Joshua Ferris, o título sugere-me um pequeno paralelismo com as eleições americanas. Será que um fim é sempre um novo ínicio? Se a história do mundo Bush terminar esta noite com uma vitória de Obama, o novo presidente terá pela frente uma tarefa gigantesca, mudar o mundo...quantos de nós não sonhámos já mudar o mundo?
Oxalá Obama ganhe...amanhã poderemos começar o dia a ouvir Louis Amstrong, "What a wonderfull world"...

(Orlando Baptista - Estoril)

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Apesar de não querer deixar de dar atenção aos constantes resultados das previsões que vão chegando, acerca daquele que vai ser um dia marcante para a História, penso que não será de descuidar falar também nas fantásticas evoluções em termos de comunicação a que temos assistido. Isto só para descontrair. Acho que é a primeira vez em Portugal, que assistimos a um fenómeno de interesse mundial em directo através da Internet, da Blogoesfera e da televisão. Dá-se hoje uma convergência brutal dos meios de comunicação que se socorrem internamente uns dos outros e se estou certa, penso que tal situação poderá não marcar a História, mas certamente que contribui de sobremaneira para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunicação. Estamos hoje a responder a uma necessidade Antiga do Homem: a de chegar mais longe mais rápido.

Caros senhores obrigada pela atenção e um desejo de um bom trabalho.

Rita Conde Pereira

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Partilho a preferência por McCain… mas parece que a noite vai ser má. Confesso que já não tenho paciência para tanto Obama. Não consigo perceber tanta idolatria, por alguém que domina bem as palavras mas a quem falta, evidentemente, substância. Infelizmente acho que Obama vai ganhar. Os votos conhecidos, em particular nalguns “battleground states” são desencorajadores, porque mostram que McCain não iguala, sequer, George W. Bush…

Já chega de Obama. Vou dormir, sem grande esperança. Posso enganar-me, mas acho que Obama, apesar do magnetismo do discurso, vai ser pior que Jimmy Carter. Enfim…

(Rui Ribeiro)

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Respeito muito a sua opinião e o modo como a expressa. No entanto, ouvi-o há instantes, dizendo que a política nos E.U.A. é de qualidade.
Não duvido da inteligência e boa fé dos pais da política americana; não sou o típico esquerdista anti-americano, mas duvido que a política seja assim tão boa :
- o processo eleitoral poderia e deveria ser diferente;
- só existem, na realidade, dois partidos; o resto é uma filarmónica muda;
- escândalos após escândalos, escapam impunes estes warlords e/ou mobsters, que jamais pisarão o chão de tribunais internacionais ou palcos de execuções públicas.

Para dar um exemplo e terminar, podemos ser um país deprimido e deprimente, mas pelo menos temos os olhos no mundo e, atentos, temos as nossas opiniões e discutimo-las entre nós, sem termos de nos defender com armas nem "Emendas".


(Pedro Serpa)

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Penso sinceramente que o Sr. Barack Obama vai ser o novo Presidente dos Estados Unidos, um factor que para mim é muito importante e que tem sido um pouco afastado da actualidade é a Guerra do Iraque. Não podemos deixar de ver que a grande preocupação dos americanos é a economia e penso que esse factor ao contrario do que se tem feito ao longo do dia não pode ser afastado da Guerra do Iraque, pois um dos factores que despoletou esta crise foi essa guerra. Neste momento penso que os americanos ( e eu como muitas outras pessoas espalhadas pelo mundo) se querem afastar das politicas belicistas, as pessoas estão fartas da politica de policias do mundo ( mas para interesse próprio) dos Estados Unidos. Pessoalmente tenho apoiado o candidato democrático porque tenho esperança no terminus dessa politica belicista , precisamos de estabilidade no mundo e penso que esta mudança é importante. Também não podemos esquecer que já são eleições históricas, não só pelos candidatos mas também pela agressividade e pelo excelente mecanismo de campanha do Sr. Barack Obama, que levou a novos horizontes a utilização das novas tecnologias .

(Manuel Castanho)

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(...) nesta matéria temos posições completamente divergentes. Considero estas eleições americanas extremamente positivas. Primeiro porque significam a saída de J.W.Bush do poder mas também devido à, cada vez mais que provável, vitória de Obama.
A nível interno não sei qual seria a melhor opção, Obama ou McCain, mas a nível externo o mundo sai a ganhar com a vitória de Obama. Quer queiramos ou não, a impressão inicial que alguém que acabamos de conhecer nos causa tem bastante importância num futuro relacionamento. E Obama cativa. Com Obama no poder acredito que a política externa dos EUA mudem completamente de quadrante, ajudando a criar uma estabilidade nas relações entre os EUA e os restantes países do mundo.

Paulo Figueira

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