ABRUPTO

21.11.08


COISAS DA SÁBADO: “FAZER A REVOLUÇÃO PELA METADE É CAVAR O SEU PRÓPRIO TÚMULO” (SAINT-JUST)

Em muitos outros aspectos Maria de Lurdes Rodrigues não rompeu com a ideia de que a democratização da escola pública “onde têm que caber todos”, implicava abandonar antigos standards de qualidade, associados ao “elitismo” do ensino do passado. O argumento de manter a escola pública “inclusiva” levou a um abaixamento sucessivo de critérios de qualidade e exigência e à constatação das enormes dificuldades de manter esses standards num mundo socialmente muito mais agreste. Maria de Lurdes Rodrigues institucionalizou muito desse baixar de braços seja no estatuto do aluno, seja na diminuição do valor de provas de avaliação globais, os exames. E ao diminuir o papel de indicadores como os rankings, acaba por desvalorizar aquele que deve ser em última instância o principal avaliador de escolas e professores, a performance escolar dos alunos. O resultado é que a parte da opinião pública, incluindo os pais, que podia estar com a ministra na defesa do principio da avaliação, vê com indiferença a sorte da ministra “facilitista”, sem sequer se aperceber que no processo está a blindar as escolas a qualquer processo de mudança para décadas e décadas.

(Continua)

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© José Pacheco Pereira
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