ABRUPTO

11.10.08


LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (64)

Conviver com livros é conviver com muitos demónios, uns mais à solta, outros menos à solta. Feeding the monster  é uma excelente descrição da leitura. E depois, com livros antigos, o maravilhamento é maior por tudo. Há neles o absoluto da criação e depois tempo, memória, anacronismos que nos ensinam, actualidade mais absoluta, e muita, muita história pessoal (não se imagina o que as pessoas colocam dentro das páginas de um livro, como se fosse o cofre adequado para o lado mais íntimo da vida e é mesmo) . Dêem-me uma pilha de velhos livros e eu faço dela um enorme campo de coisas, nem sempre recomendáveis, nem sempre belas de se ver, nem sempre pacíficas, mas com muita surpresa e muito "mundo". O meu mundo.

E às vezes, no meio do olhar nostálgico com que se pode olhar para os antigos best sellers, os livros que apaixonaram gerações, e que hoje ninguém recorda e muito menos lê, - bom ensinamento para se perceber o tempo, - aparecem coisas de enorme actualidade e divertidas. No Portugal  dos nossos dias, feito de complacência e bajulação face ao poder, como são actuais estas minutas de cartas de um manual de como escrever cartas  para a "jeune age e l'adolescence", dirigidas a um "tutor" ou a um "benfeitor", que nos dá boas prendas tecnológicas e que zela por nós  de cima da gravidade do estado e do socialismo.
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Hoje talvez não se usasse o estilo açucarado destas missivas, mas o espírito de gratidão na subserviência é o mesmo.

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© José Pacheco Pereira
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