ABRUPTO

25.6.08


NUNCA É TARDE PARA APRENDER: 272 PALAVRAS DITAS NUM CEMITÉRIO RURAL (2)

Garry Wills, Lincoln at Gettysburg: The Words that Remade America, Simon & Schuster, 2006.

Quando Lincoln proferiu o seu epitaphion eram os gregos que estavam na moda e não os romanos. Enquanto os fundadores da República, os autores da Declaração da Independência e da Constituição, olhavam para a Roma que se defendia dos tiranos, abominavam Júlio César e queriam emular as virtudes severas dos tribunos romanos, os homens da geração de Lincoln estavam em pleno "greek revival". Era para Atenas e para o discurso funebre que Péricles proferiu, segundo Tucídides, que olhavam com a sua sensibilidade romântica. E enquanto Jefferson desenhava a sua casa em Monticello seguindo as simetrias arquitectónicas clássicas que foi buscar a Palladio, os intelectuais (e os militares) "lincolnianos" gostavam da nova vaga de cemitérios rurais, lagos, sombras, árvores, veredas, longos relvados, locais para onde se organizavam excursões escolares e se ia passear aos domingos. Dois mundos.


Se havia terra que precisava de um novo cemitério era Gettysburg.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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