ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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6.5.08
UM POEMA INÉDITO DE VASCO GRAÇA MOURA
glosa para josé pacheco pereira são sentimentos humanos, eu na alma hei-de pôr luto: o abrupto hoje faz anos, não pode ficar "abruto"! não deve viver-se à míngua, neste nosso dia-a-dia, de prezar a ortografia que bem calha à nossa língua. se lhe dão facadas, vingo-a, passo logo a fazer planos, eriçado por tais danos, de lavrar o meu protesto, e se assim me manifesto são sentimentos humanos. chamo então especialistas, eminentes professores, os colegas escritores e também vários linguistas, leio livros e revistas, questiono, leio, escuto, e aprendendo assim refuto coisa que é tão aberrante que se acaso for àvante eu na alma hei-de pôr luto. grafias facultativas em matérias tão sisudas como as consoantes mudas levam ao caos, às derivas, às asneiras permissivas e aos babélicos enganos. porém fiquemos ufanos pela data que hoje passa. pois não sabiam? tem graça... o abrupto hoje faz anos... se lhe tirassem o p, vigorosa consoante do seu título, bastante mal faziam, já se vê. e percebe-se porquê sem se gastar um minuto: se do p ficar enxuto, vão-se a força e a coragem abruptamente da imagem: não pode ficar "abruto"! (Vasco Graça Moura) (url)
© José Pacheco Pereira
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