ABRUPTO

18.4.08


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: FINANCIAMENTOS

A propósito dos seus textos ‘nunca é demais para aprender‘, está em curso uma curiosa polémica, que se levantou esta semana no Reino Unido, visível nas páginas jornais Guardian e Telegraph, sobre o financiamento dos centros de estudos islâmicos nas universidades. Lá como cá, às universidades competem para obter fundos privados para o seu financiamento, de forma a se tornarem auto-sustentáveis, ou até mesmo rentáveis. Neste contexto, várias universidades britânicas - incluindo as prestigiadas Oxford e Cambridge Oxford e Cambridge -, parecem ter descoberto uma nova forma de financiamento: os donativos de membros família real saudita e de outras organizações de países árabes e islâmicos. Assim, oito universidades britânicas (Oxford, Cambridge, University College of London, London School of Economics, Exeter, Dundee e City) teriam recebido mais de 233, 5 milhões de libras, nos últimos doze anos, tendo a maioria desse dinheiro sido destinado a centros de estudos islâmicos. Todavia, estes actos de filantropia, aparentemente desinteressados e a promover a melhoria do conhecimento, parecem estar a condicionar a investigação académica e científica na área. É pelo menos isto que denuncia um trabalho de investigação feito pelo professor Anthony Glees. Segundo este, o governo britânico prossegue ‘as políticas de educação erradas, feitas pelas pessoas erradas, e com os financiamentos errados‘. Este aponta até o exemplo da prestigiada Universidade de Oxford onde, nos últimos cinco anos, 70% das palestras efectuadas no St Antony´s College teriam sido ‘implacavelmente hostis ao Ocidente e a Israel‘ (algo que a universidade nega). Ironicamente, desta forma, estará não só a ser pervertido o ideal de investigação académica e científica, como estarão a ser abertas as portas à difusão da ideologia islamista e de versões retrógradas do Islão, dentro de algumas das instituições de ensino mais conceituadas. Face a esta situação, Anthony Glees sustenta que o governo britânico deverá adoptar rapidamente as seguintes medidas: interdição das universidades aceitarem dinheiro saudita e de outras organizações para o financiamento; divulgação de todos os donativos recebidos pelas universidades; e inquérito público sempre que os donativos tenham origem estrangeira. Este caso sugere uma lição interessante, de como os donativos e a filantropia podem trazer consigo ‘danos colaterais‘ para as instituições educativas e não só.

(José Pedro Teixeira Fernandes)

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© José Pacheco Pereira
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