ABRUPTO

18.4.08


NUNCA É TARDE PARA APRENDER (4) : TAKFIR كفي)

Um dos temas deste livro é a análise dos erros da intelligence americana em aperceber-se do risco de um atentado em território americano, principalmente pela compartimentação da informação entre a CIA e o FBI. Com base nos dados que Wright utiliza é mais a CIA que aparece como responsável da sonegação de informação vital, que o FBI. Este poderia ligar os dados que a CIA tinha da presença de um grupo da Al Qaeda em território americano com outras investigações em curso, e, eventualmente, desmantelar a conspiração do 11 de Setembro, se eles lhes fossem fornecidos. Embora nunca se saiba até que ponto as coisas aconteceriam de diferente se, os inquéritos realizados levaram a uma maior coordenação de todas as agências de informação em matérias do terrorismo. O livro de Wright dispersa-se um pouco nesta parte ao cair na tentação de personalizar a história no agente do FBI John O'Neill, que morreu no atentado, numa tradição jornalística de "contar as histórias" com base em protagonistas, que aqui não resulta. Mas, com esta excepção, trata-se da melhor introdução jornalística ao fundamentalismo muçulmano da Al Qaeda.
Veja-se a crítica de Eduardo Pitta ao livro.

E a confirmação por vários leitores da edição portuguesa cuja capa coloco aqui.

*

Tem graça que acabei de ler o livro há dias - na edição americana, capa menos feliz do que essa da Penguin...)
Fiquei com a impressão que o papel de bin Laden (aqui e ali determinante, é verdade) foi, na maior parte do tempo, mais instrumental (talvez mesmo quase "instrumentalizado") do que outra coisa. Não lhe parece que Zawahiri tenha tido (desigualmente, é verdade) um papel mais decisivo, "estratégico"?

(Carlos Botelho)


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© José Pacheco Pereira
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