ABRUPTO

23.4.08


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 23 de Abril de 2008


Vale a pena ler como os Beatles escreveram Paperback Writer e a memória de duas livrarias que conheci bem:
"There was a shop on Charing Cross Road that sold nothing but Penguins, and a few doors away, Better Books also sold their complete catalogue, taking up half a room. In the days before hardback publishers had their own paperback lines, Penguin was able to publish George Orwell, Evelyn Waugh, Virginia Woolfe, Aldous Huxley, F. Scott Fitzgerald, James Joyce, D.H. Lawrence, virtually every major author. Everyone knew their colour coding: orange spine for fiction; blue for the non-fiction Pelican line; green for crime, black for classics. Germano Facetti had already introduced illustrations to the covers, but the typography and layout was still strictly standardised."
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Finalmente (presume-se) avança o Galileo, o GPS europeu. Os americanos sempre colocaram uma objecção de fundo a este sistema, a possibilidade do seu grau de precisão poder servir para a prática de actos terroristas. O sistema GPS americano existente tinha uma desfocagem entre o uso militar e o civil para impedir em situações de emergência a localização precisa de alvos. Os europeus não se sentem alvos...

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O Galileo não vai cumprir o objectivo para que foi imaginado: ser um negócio. Todos os investidores privados se retiraram. Tudo será pago com o dinheiro dos nossos impostos, sem se perceber o que ganham os europeus com um programas que tem anos e anos de atraso. Só se percebe o que ganham os franceses: os seus mísseis são os únicos guiados por GPS. Cada vez que lançam um, têm de informar os americanos e pedir os códigos que dão acesso à geolocalização com precisão militar. Eles não gostam, pois são franceses. E nós vamos todos pagar, porque somos “europeus”. Entretanto continuaremos a dizer que somos multilateralistas (deve ser por querermos um GPS só nosso) e os americanos é que são unilateralistas (deve ser por deixarem os franceses utilizar o deles).

Pelo que sei, os jornalistas franceses conhecem estas motivações do seu país. Mas nunca encontrei nada escrito por eles sobre o assunto. C’est lá liberte de presse à la française…

(JAT)

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O GPS tem neste momento uma precisão capaz de satisfazer a esmagadora maioria das necessidades de navegação, o que pode levantar dificuldades ao Galileo, que serão agravadas se o Glonass russo vier a ser concluido antes do sistema europeu e entrar no mercado comercial. Após o Selective Availability ter sido desactivado, com a introdução de sistemas de correção e integrados de nova geração, é normal que o erro seja inferior a poucos metros. Mais detalhes aqui.

(Nuno M. Cabeçadas)

(url)

© José Pacheco Pereira
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