ABRUPTO

25.2.08


CAÇA
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E RECOLECÇÃO (2)


Quando se escreve sobre história, mesmo muito recente, mapas, guias, roteiros, mapas de estradas, são muito úteis e evitam muita asneira na narrativa. Somo para a minha colecção este Guide et Plan de Lisbonne de dois jornalistas ilustres, Norberto de Araújo e António Soares, que não está datado, mas deve ser do final dos anos trinta, ou anos quarenta. Para se ver como era a zona das Amoreiras antes da ligação à autoestrada e das torres, fica aqui um fragmento do mapa.

Depois vários livros "raros e curiosos", como se diz nos catálogos dos alfarrabistas. Dois vindos dos regimes ditatoriais, um sobre a ofensiva que a URSS e outros países conduziram contra a Espanha franquista (e também o Portugal de Salazar) na muito jovem ONU em 1946; outro, um conjunto de documentação da Itália fascista, destinada entre outras coisas a justificar a entrada da Itália em guerra contra a França em 1940.


Vários para os meus trabalhos sobre a extrema-esquerda:


O de Glucksman, anterior ao Maio de 1968, é um exercício filosófico sobre a "guerra revolucionária", que tenta enquadrar a revolução cubana e o "pensamento de Mao Zedong". Muito do tempo, como a Partisans, a revista fundamental para estes anos e estas situações. Tenho uma colecção incompleta, em grande parte porque era muito difícil obtê-la antes do 25 de Abril, e lá vou comprando número a número, quase sempre nos alfarrabistas estrangeiros. Este número 12 é muito interessante por ter um dos primeiros artigos maoístas europeus de autoria do belga Jacques Grippa. Ao lado está um livro-panfleto de Hill, ele também um dos primeiros maoístas, advogado de Victoria na Austrália, e fundador do PC da Austrália Marxista-Leninista. O PC Belga de Grippa e o PCA - ML de Hill foram casos de sucesso do muito jovem maoísmo, logo nos anos de 1963 e 1964. Por fim, Eldridge Cleaver, o Pantera Negra, candidato presidencial, revolucionário internacionalista que viveu na Argélia, violador de brancas, prisioneiro de delito comum, autor de Soul on Ice, um best-seller, consumidor de crack, desenhador de roupas, cristão born again, tudo o que se podia, devia e não devia ser. O livro Panthére Noir da Seuil é só sobre o revolucionário, mas já se percebe o tumulto interior do personagem.

(Continua)

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© José Pacheco Pereira
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