ABRUPTO

18.8.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 18 de Agosto de 2007

Associação Almargem demarca-se de destruição de plantação

(Foto da Lusa no Expresso)

(Mais novos comentários em baixo.)

O PSD foi o primeiro partido da oposição a condenar o que se passou. Fez bem, porque o problema é institucional e o PSD não se deixou enredar na discussão dos transgénicos, que é uma diversão do fundamental. O secretário-geral afirmou que "o ministro da Administração Interna deve esclarecer publicamente a "atitude passiva" e "a complacência" dos agentes da GNR perante o caso de ontem" e disse "estranhar que, passadas 24 horas, o Ministério da Administração Interna ainda não se tenha pronunciado sobre o caso. "Foi muito grave, tanto mais porque aconteceu perante a passividade e complacência da GNR, que assistiu à destruição impune de propriedade privada". O presidente da Área Metropolitana do Algarve, Macário Correia condenou igualmente o que aconteceu. Esperemos agora pelos outros partidos. Não se trata de uma corrida, nem é importante ser o primeiro, mas se não houver massa crítica, o Governo faz de conta que não é com ele. E é.

*

O proprietário vai apresentar queixa. A GNR diz que não prendeu os responsáveis (porquê?) mas que os identificou e que muitos dos "verdeufémios" são estrangeiros. Quero ver quem paga os prejuízos.

*

Interpelar o Bloco de Esquerda tem sentido mas não é o mais importante. É o Governo, a começar pelo Ministro da Administração Interna e pelo Primeiro-Ministro, responsável pela ordem pública e pela defesa dos direitos dos cidadãos (incluindo o da propriedade privada), que têm que ser confrontados. Os desvios de atenção podem ser úteis ao folclore político, mas afastam-nos do essencial, da questão da responsabilidade de o Governo ter permitido um crime público, sob os seus olhos, e continuar caladinho a ver se a coisa passa.

*

Quantas destas associações político-ecológicas são financiadas como ONGs ou qualquer outra vestimenta pelo orçamento de estado, ou seja pelos nossos impostos? Até que ponto essa situação está por detrás da política de ter um pé dentro (sim, os nossos filiados estiveram lá...) e outro pé fora (estamos contra a destruição...), muito conveniente para o dia de hoje. E já agora quem é esta Verde Eufémia que parece ter sido criada apenas para cobrir esta "operação"? No Google não tem traços antes de anteontem. Quem fazia a despesa da "luta" era a Almargem.

*

Miguel Portas afirma a sua "simpatia com o gesto", que intitula de "primeiro acto de desobediência civil ecológica realizada em Portugal." A rede de "simpatias" começa a formar-se. Não é surpresa.

*

Isto é uma vergonha. Como muitas vezes acontece, a lei pára à porta da extrema-esquerda politicamente correcta. O relato do Público mostra como não vale a pena acreditar nas autoridades em momentos como este. Se o agricultor da próxima vez responder a tiro de caçadeira à destruição da sua propriedade tenho a certeza que é logo preso. Sublinho na notícia do Público a descrição do comportamento da GNR. Quem é que comandava a GNR? Alguém deu instruções? Que força policial é esta que assiste a um crime como se fosse a coisa mais natural do mundo? Com que então "tudo correu de forma civilizada"?

Este é um incidente que tem que ser completamente esclarecido. Que de imediato exige que o Ministro da Administração Interna explique o que se passa com as forças sob o seu comando, que o Procurador actue como deve. Que a oposição se mexa e abandone qualquer torpor algarvio e que o PS, se tiver ainda algum fio de vida vagamente ligado a 1975, também devia dar sinais de vida. Esta é uma causa bem longe de ser micro, é macro e bem macro. E não tenham ilusões de que ficará esquecida, porque enquanto tudo isto não se esclarecer e não houver consequências encontrá-la-ão aqui todos os dias.

"O agricultor estava desesperado. "Destruíram o único meio de subsistência que eu tinha...", conta, voz embargada, ao Público. José Menezes, 56 anos, proprietário da herdade da Lameira, concelho de Silves, tentara ao início da tarde de ontem, em lágrimas, desmobilizar um grupo que destruía um hectare de milho transgénico: "É disto que os meus filhos e mulher vivem. É a única fonte de rendimento. Se ceifarem este milho, eu morro à fome", dissera à Lusa.

O movimento autodenominado "Verde Eufémia" não se demoveu. Destruiu. Contra os organismos geneticamente modificados, protestou. A GNR estava por perto, mas não fez detenções. Os manifestantes e os guardas estiveram numa espécie do jogo do gato e do rato, a vigiarem-se uns aos outros. O porta-voz do movimento, Gualter Baptista, diz querer "restabelecer a ordem ecológica, moral e democrática que tem sido constantemente deteriorada pelas políticas da União Europeia e pelo Governo português".

Vandalizar parte da primeira plantação de milho transgénico no Algarve, com 50 hectares, teve um significado "simbólico" para outras iniciativas futuras. "Verde Eufémia", afirmou Gualter Baptista, "está disposto a defender o direito à desobediência civil" - como sucedeu ontem.

A concentração, com mais de uma centena de pessoas, na maioria jovens portugueses e estrangeiros, foi preparada em segredo, por contactos de SMS e e-mail. Mas as autoridades souberam do que se iria passar. Por isso, logo pela manhã, foi destacada uma patrulha para perto da herdade. Enquanto os militares permaneceram por perto, nada aconteceu; mal viraram costas, chegou um autocarro de onde saíram os ambientalistas que estragaram o cereal. Com o regresso da GNR, em número reforçado, terminou a tarefa. Quando se aproximou o segundo autocarro, afirmou o comandante Bengala, "tocaram tambores, ouviu-se música, e a coisa ficou por ali". A líder do movimento, acrescentou o oficial da Guarda, "até agradeceu a colaboração da GNR, e pediu desculpa dizendo que a situação lhe tinha saído fora de controlo".

A GNR apenas identificou meia dúzia dos manifestantes. Bengala afirmou que dispõe dos elementos necessários para "prosseguir com um inquérito, se for essa a vontade do proprietário lesado". José Menezes já disse que vai hoje apresentar queixa pelos prejuízos causados. Além desta propriedade possui ainda uma vinha, "mas a uva vai para a cooperativa, e não pagam". Por coincidência, "arrancaram a parcela com melhor milho, que daria cerca de 40 toneladas". O agricultor não entende. Diz que a sua propriedade está legal. O director regional de agricultura do Algarve, Castelão Rodrigues, confirma: "A plantação de milho está autorizada, foi fiscalizada e cumpre todas as regras legais."

Para a GNR, os manifestantes não pretendiam o "confronto" com as autoridades, mas apenas "chamar a atenção da opinião pública para as suas ideias". Quando o objectivo foi alcançado, disse Bengala,"entraram calmamente no autocarro e tudo correu de forma civilizada". Gualter Baptista assume a vertente revolucionária do movimento que diz ser "informal", baptizado de "Verde Eufémia", em homenagem às "lutas camponesas no Alentejo". Ao agricultor, afirmou, ofereceram "milho biológico para semear, caso quisesse abandonar os transgénicos". E a resposta? "Foi muito difícil conversar, os agricultores estão mal informados."

*
Estou razoávelmente convencido de que, perante uma manifestação silenciosa de pais e mães de famílias ostentando uns cartazes pedindo simplesmente o pagamento de salários em atraso, o comandante Bengala não hesitaria em mandar distribuir umas bengaladas.

(Orlando Simas, Pico-Açores)

*

Acabo de ver no Telejornal da RTP a reportagem sobre o ataque de cem desordeiros à propriedade privada de um cidadão cumpridor da Lei e, por isso mesmo, ao que parece, como tantos outros, prejudicado, porque ao dar conhecimento a quem de direito da cultura que estava a fazer de milho transgénico tornou-se um alvo fácil para os "activistas", com apenas três funcionários contra cem jovens zelosos da saúde pública, da democracia e da liberdade, alguns deles, provavelmente, experientes naquelas "acções" anti-globalização, e mal salvaguardado por uma GNR estranhamente apática.

Entendo que a jornalista foi infeliz ou falaciosa, questionando o agricultor num tom maternalista e não questionando o porta-voz dos desordeiros sobre a moralidade da acção praticada e a razão porque agiram de cara tapada... De facto, deixou o indivíduo promover livremente a sua mensagem, prestando-se a ser uma caixa de ressonância... Pergunto: não é isto pactuar com o terrorismo? Se essa senhora jornalista, consciente ou inconscientemente tendenciosa, fosse entrevistar um bombista iria deixá-lo falar à vontade? Provavelmente até ia de véu e luvas... E, para terminar, é correcto utilizar repetidamente o termo activista para os designar? Eu sei que é assim que eles se chamam a eles próprios, mas é esse o nome que aquilo que eles fizeram lhes dá? É chocante a leviandade ou cumplicidade com que se noticia a subversão do Estado de Direito neste país.

Quem são aqueles senhores para falar de transgénicos, biólogos, técnicos, cientistas? O agricultor sabemos a razão porque cultiva o milho, mas desses senhores e senhoras que de vez em quando aparecem a "agir" nestas causas modernas não sabemos nada, e ninguém os questiona...

M.

*

Desta vez não partilho da sua opinião, apesar deste "crime" ter execução da extrema esquerda, e de aproveitarem qualquer oportunidade para provocar desacatos como algumas pessoas sabem. Mas será que o agricultor tem a razão? Dizem que é um "pobre" homem (um pobre homem não tem 50 hectares de terreno), que apenas quer alimentar os filhos, será que tem de alimentar os filhos à custa da saúde dos outros? Podia muito bem fazer agricultura convencional, não falo da biológica porque isso ainda não da dinheiro. E se as forças de segurança são criticadas por não fazerem cumprir a ordem sempre em tom severo, como é que podemos legitimar o 25 de Abril? Penso que temos de ter bom senso e pensar sobre estas coisas, porque podemos estar no inicio da ditadura da agricultura. Quantas pessoas é que sabem o que são transgénicos? Uns 10% se tanto. Quantas é que sabem que há transgénicos em Portugal? Outros 10%. Quantas é que se preocupam com isso? Muito poucas, e o que fazer quanto a todas as questões que envolvem esta industria monopolizadora, os estudos que não são feitos, o constante "abafamento" da informação em tom de teoria da conspiração que descredibiliza qualquer tipo de contra-argumentação.

Eu pelo menos, neste tipo de coisas, esqueço as diferenças politicas, a as formas de actuar, tal como seria se o homem estivesse no Iraque a produzir armas de destruição maciça, ou se fosse um velho salazarento sem mão na Pide a deixar que fizessem o que quisessem com as pessoas, porque infelizmente este mundo dito esclarecido e informado só se preocupa com os problemas do mundo sub-desenvolvido, se for um africano ou um palestiniano ajudamos, se for um português que estiver na rua a pedir, mandamos-lo ir trabalhar. É caso para dizer que se fosse para os palestinianos, éramos capazes de nos revoltar contra os transgénicos, mas como é connosco, ou com quem de nós que não tem dinheiro (porque os ricos não comem transgénicos), já não há problema.

(Rúben Couto)

*

O assalto à herdade e posterior destruição da cultura transgénica é claramente um crime e também é mais uma vez a vitória destes grupos politicamente correctos que de repente acordam e lá fazem os seus combates (muitas vezes violentos) por um "mundo melhor", nem que seja à força da paulada e muitas vezes baseados em equívocos.

O que é impressionante nestes grupos é precisamente o facto de lançarem equívocos e fazerem deles verdades absolutas. Tal como a globalização, as culturas transgénicas são pintadas por estas pessoas como inerentemente más. Mas o facto é que, por exemplo nos E.U.A. já se consomem alimentos transgénicos há mais de 20 anos e até hoje nunca foi reportado nem um incidente ecológico ou qualquer problema de saúde. Sendo assim, no pior dos casos, o que se pode dizer é que, actualmente as culturas transgénicas podem apresentar riscos que talvez não conheçamos mas também não são tão perigosas como dizem.

As culturas transgénicas têm riscos, mas até hoje eles nunca se materializaram. E as culturas biológicas também têm riscos, nomeadamente o de estarem à mercê dos desígnios climáticos que podem em última análise destruir colheitas inteiras e comprometer rendimentos agrícolas e a alimentação de populações.

E se há secretismo por parte das empresas que se dedicam a esta actividade, tal não tem de se dever necessariamente a uma má fé ou vontade de provocar o mal impunemente. Há uma razão bem prosaica e ela é o dinheiro que se gasta na investigação transgénica tanto em pessoas como em recursos materiais.

Mas transparência por transparência e dado que este grupo é tão democrata, porque razão não mostra as caras dos seus elementos, ou diz de onde vem o seu financiamento, ou esclarece as suas ligações políticas ou ainda porque se escondem depois de destruirem o trabalho honesto de uma pessoa? Talvez porque este desporto de desobediência civil a que se dedicam seja crime....

No entanto, o pior deste tipo de gestos, é o paternalismo assustador destes "defensores" do ambiente e da democracia. Para esta gente tudo é válido desde que façam valer o seu ponto de vista. Só eles é que têm razão, só eles é que estão certos e não hesitam em recorrer ao "carácter pedagógico" da pancada para demonstrar que os outros estão errados. É isso que justifica que destruam as fontes de rendimentos alheias que eles reputam como más, sejam uma herdade transgénica, um restaurante do McDonalds ou uma loja que se encontre no caminho para uma cimeira do G8.

É claro que o ramalhete não fica completo sem os revolucionários de sofá do Bloco de Esquerda como Miguel Portas que logo aparecem a legitimar este tipo de acções. Quanto a mim, o melhor retrato desta gente tem sido feito pelo humorista mais politicamente incorrecto de todos que é o Gel e que juntamente com o seu irmão no programa "Vai tudo abaixo" da SIC Radical, interpretam as personagens dos Homens da Luta. De megafone em punho e viola debaixo do braço com muitas palavras de ordem mas sempre ressalvando que a "revolução" é só para os outros e desde que eles tenham os privilégios que acham que merecem por serem tão vanguardistas. MIguel Portas, tal como os Homens da Luta, só demonstra que a esquerda pode ser estúpida como dizia Saramago,mas a extrema-esquerda é extremamente estúpida.

(João Paulo Brito)

*

Como cidadão que (tenta) acreditar na Justiça e no Estado de Direito, onde todos podem conviver na sua diferença respeitando-se uns ao outros, não posso deixar de estar chocado e repugnado contra aquele acto vil, mesquinho e tresloucado contra a propriedade daquele senhor agricultor e especialmente contra a passividade das forças da autoridade. Quando li hoje a notícia no Diário Digital perguntei-me a mim mesmo porque é que o agricultor não tinha chamado a polícia, depois de ler o Abrupto fiquei a perceber o que aconteceu. É inaceitável a destruição da propriedade privada perante a passividade das forças da lei, que país é este onde se destrói propriedade privada e se acha bem? Isto tem que ter consequências a nível da GNR. Eu, enquanto cidadão, tenho que ter a garantia de que as forças policiais agirão quando a minha propriedade privada estiver sob ataque. Faz muito bem em dar todo o ênfase ao caso.

(Alberto Fernandes)

*

(...) "restabelecer a ordem ecológica, moral e democrática que tem sido constantemente deteriorada pelas políticas da União Europeia e pelo Governo português"; é este, segundo o artigo do Público, o móbil da destruição da cultura de milho transgénico levada a cabo por um grupo que, preocupado com o ambiente, manifestamente não considera que um agricultor e sua família façam parte do ecossistema (e não interessa a discussão sobre se o senhor é ou não pobre; para pessoas bem formadas os princípios não diferem de acordo com a carteira do sujeito dos mesmos). Imaginem! A “ordem moral”, o que quer que isso seja, defendida por gente com medo de mostrar a cara, não fosse a GNR cumprir o seu papel e levá-los a passar uma noite na esquadra... É que uma esquadra não deve ser nada confortável e, se por acaso se acaba o saldo do telemóvel (também por acaso fabricado por multinacionais capitalistas e com o qual se marcam acções de vandalismo por SMS) não há a garantia de poder telefonar ao pai ou à mãe para nos virem tirar dali. Felizmente para os “ambientalistas” há esta nova prática, inaugurada pela GNR, de ver cometer um crime, deixar o criminoso à solta e depois perguntar à vítima se quer apresentar queixa. Se calhar as férias grandes são mesmo grandes de mais...

(João Tinoco)

*

Os activistas do Movimento Verde Eufémia, que não rejeitam a possibilidade de repetir acções similares às de ontem, reputaram o aspecto com maior visibilidade da sua actuação apenas de "dano colateral" de algo que tem um objectivo mais amplo: lançar um alerta.

Segundo o “porta-voz" do grupo, esta acção visou “estabelecer a ordem ecológica, moral e democrática que tem sido deteriorada pelas políticas europeias e do Governo", num contexto em que "as autoridades nacionais não respeitam a opinião e o direito dos cidadãos", não deixando aos intervenientes outra solução que não "a intervenção directa".

Este exemplo daquilo que classifico como uma “acção de terrorismo cívico” deixou-me particularmente chocado ao ver o contraste entre o desespero do proprietário da Herdade da Lameira - que vê, de forma impotente, o seu património ser devassado por uma horda de insurrectos - e o comportamento irresponsável de um grupo de manifestantes, dispersando-se ao longo de uma estrada, com cartazes e instrumentos de percussão, como se de um cortejo de saltibancos se tratasse.

Terrorismo cívico é a única qualificação possível para um acto que visa a imposição por via violenta – ocorreu destruição de PROPRIEDADE PRIVADA, esta sim salvaguardada na Constituição – de uma maneira de pensar, como se a mesma se encontrasse entalhada no sentido primacial do conceito da Verdade.

Depois de destruírem 2% de uma propriedade privada, o grupúsculo prossegue alegremente o seu caminho, como se regressasse a um dos múltiplos festivais que pululam por Portugal neste atípico Estio.

Sempre me revi no slogan de Maio de 68: “Tudo é discutível. Sobre isso não há discussão”. O debate de ideias entre pessoas com pontos de vista diferentes, e mesmo divergentes, assume, indiscutivelmente, um carácter essencial ao aprofundamento da democracia e da cidadania plenas.

Todavia, quando Miguel Portas legítima no seu blog as actividades deste novo tipo de manifestações, questiono-me sobre o que diria o mesmo se organismos constituídos no seio da sociedade civil efectuassem rusgas visando a apreensão das chamadas “drogas leves” cujo consumo o Bloco de Esquerda quer ver despenalizado, usando como suporte para tais acções a falta de consenso dentro da comunidade médica no que concerne às alegadas “vantagens” terapêuticas da cannabis. (e.g. Moore TH et al. Cannabis use and risk of psychotic or affective mental health outcomes: a systematic review. Lancet 2007 28; 370:293-4).

Provavelmente charmar-lhes-ía grupúsculos neo-fascizantes, que não reconhecem o “direito à diferença” e aos “estilos de vida fracturantes”!

Seria interessante, para não dizer intelectualmente importante, que Miguel Portas (e outros defensores deste tipo de acções ditas “espectaculares”) reflectissem sobre aquilo Touraine escreveu em “Como sair do Liberalismo?”, a propósito dos movimentos dos sem abrigo e dos sem papéis:

O risco populista é maior no movimento dos sem-abrigo e no dos desempregados do que no dos sem-papéis que assentou na mobilização de uma consciência moral. Pode resolver-se a crise de alojamento ocupando imóveis desocupados? Evidentemente que não e ninguém, aliás, o pretendeu. Mas alguns entregam-se à ideia de que a denúncia espectacular será suficiente para resolver os problemas

(Rui Amaral Mendes)

Etiquetas:


(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]