ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
6.7.07
![]()
00:05
(JPP)
Dou um exemplo concreto. Há uma semana pude falar com um alto responsável político polaco, conhecedor testemunhal do que acontecera na célebre reunião em que os 26 ficaram contra o 27, a Polónia. Os detalhes do que aconteceu, a gravidade das ameaças que foram feitas à Polónia, as pressões de todo o tipo, as ameças, a chantagem, mesmo os insultos (com participação do nosso Primeiro-ministro que tem que perceber que tudo o que diga em público, mesmo numa remota localidade nortenha, hoje é matéria de transmissão diplomática), mostram que a UE entrou numa fase nova da sua existência, que aceita sem temor público revelar que pode, face a um estado membro, ter uma política de diktat brutal. Desde que o Presidente Chirac ameaçou os novos países do alargamento de consequências financeiras se apoiassem a política americana, que se percebia que ia ser assim, mas uma coisa era uma conferência de imprensa, outra uma cimeira europeia. Por tudo isto pergunto-me: não seria interessante, em particular para o país que está na Presidência da UE, saber um pouco mais sobre o que a Polónia defendeu e porquê, saber o que aconteceu na cimeira, até para se perceber melhor a UE no plano político e das relações de força, perceber como vê a opinião pública polaca a atitude europeia, se se sente humilhada, se discorda do modo como os seus dirigentes vêem a Europa, etc, etc.? A mim parecia-me obrigatório no plano informativo, mas para muitos chega a ideia de uma Polónia conduzida por um par de gémeos labregos, reaccionários anti-comunistas, raivosos com os alemães e fazendo da digna questão do “impasse europeu”, vejam lá o crime, um instrumento de política interna. De facto assim não vale a pena. (url)
© José Pacheco Pereira
|