ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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21.5.07
Antigamente havia a Bela e o Monstro, hoje há a Bela e o Mestre. Este é o "programa" do programa:Uns meninos espertos mas tortos e umas meninas com tudo no sítio mas burras, fizeram mais um dos reality shows de que se alimenta a nossa televisão. Supostamente o que separava uns de outros era a sabedoria (deles) e a beleza (delas) e não sei o que mais ofendia ou perturbava quem via. Presumo que a conjugação da beleza com a ignorância crassa, um típico estereotipo, deve ter sido a chave do sucesso, mais do que a “sabedoria” dos meninos. Claro que cá fora, as mulheres são de um modo geral mais “mestres” e mais “belas” e eles dificilmente competem quer numa quer noutra qualidade, mas talvez tenha sido também isso uma fonte de atracção, porque ajuda ao escapismo masculino pensar que, pelo menos, na televisão, as mulheres são mais burras do que eles. Acabado o concurso o que vai ser destes produtos magnificos do sistema escolar português? Elas certamente que vão singrar na vida, entre as páginas da Nova Gente, da Flash, do 24 Horas, esticando os seus quinze minutos de fama pelas discotecas, bares e restaurantes de Lisboa, arranjarão namorados e “amigos especiais”, casarão e e descasarão, colocarão e arrancarão tatuagens, serão patrocinadas por lojas e marcas de produtos para as belas burras, farão plásticas e terão alguns meninos, poucos que o mundo das revistas não suporta muitas gravidezes. Elas não leêm um livro, mas estão mais especialmente adaptadas para ter sucesso na sua faixa etária do que muitos e muitas mestres. Quem não compreende isto, não compreende o mundo dos dias de hoje. O mundo é delas. Não disse uma das Belas que “um sinónimo de bonito é feio”? (url)
© José Pacheco Pereira
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