ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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2.4.07
NUNCA É TARDE PARA APRENDER: DOMINAR OS MARES Paul Kennedy, The Rise and Fall of British Naval Mastery, Penguin Books, 2001. Este é um dos grandes clássicos da historiografia contemporânea, uma obra excepcional de síntese económica, geopolítica, militar e histórica. Quando se lê é o poder da síntese que sobreleva a tudo como aliás acontece nos grandes historiadores como Gibson, Braudel ou Norman Davies, como se o mundo fosse fácil de se perceber a partir de uma leitura centrada num único factor, neste caso o domínio dos mares. A história do Reino Unido assente no seu poderio naval, é uma história de "ascensão" e "queda" que ainda está em curso, já não como história do Rule Britannia, mas do seu, ao mesmo tempo descendente directo e destruidor, os EUA. Paul Kennedy mostra como a correlação entre o poder económico (industrial, hoje tecnológico) e o poder militar produzem a ascensão e queda de "poderes", que só muitos anos depois se detectam a olho nu. Na I Guerra Mundial, o submarino acabou com o papel central das grandes frotas de guerra à volta dos couraçados, enquanto que na II Guerra essa crise foi acelerada pelo avião, deixando aos porta-aviões o domínio dos mares. Embora o alcance temporal do livro não chegue à guerra das Malvinas, essa última demonstração do póstumo poder naval britânico foi uma síntese prática de todas as mudanças num só conflito. Os marinheiros do Belgrano e do HMS Sheffield pagaram o preço dos submarinos e dos aviões e do fim de uma certa forma de fazer a guerra. (url)
© José Pacheco Pereira
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