ABRUPTO

25.4.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 25 de Abril de 2007


Ler os jornais à distância da distância e do tempo reduz dezenas de páginas ao essencial.

No Sol de 21 de Abril duas coisas graves, se ainda soubéssemos medir a gravidade das coisas:

- a Universidade Independente afirma que o "certificado entregue na Covilhã [o diploma da formação de José Sócrates] é forjado e já foi apresentada queixa-crime para apurar responsabilidades ". Basta este facto para que não seja possível, a não ser por razões políticas ou de bom comportamento face ao governo, considerar encerrado o caso Sócrates. Que haja um documento num dossier respeitante ao actual Primeiro-ministro que a entidade emissora considera falso a ponto de fazer uma queixa-crime (num caso em que abundam problemas de fidedignidade com os documentos), seria mais que suficiente em qualquer democracia para considerar em aberto a questão. Mas por cá abundam as pressões para encerrar o assunto e demonizar quem continua a considerar que é necessário esclarecê-lo devidamente.

- Pina Moura diz numa entrevista que o convite que lhe foi dirigido para presidir ao grupo Media Capital se deve a partilhar as "mesmas convicções sobre as vantagens de uma afirmação articulada entre Portugal e Espanha" com os patrões da Prisa. Essas convicções são classificadas pelo próprio como sendo "iberistas" e da mesma natureza das que também "partilha com o presidente da Iberdrola". Ou seja, este homem que foi deputado português e continua a ser um alto quadro do PS, de quem o PS nunca se demarcou, tem feito uma carreira patrocinada por empresas espanholas no quadro de um projecto político (o iberismo é um projecto político) que ninguém, a começar pelo Parlamento português e a acabar na comunicação social, entende discutir enquanto tal.

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No blogue "profissional" de Luís Paixão Martins esta fabulosa entrada, que não sei se é uma notável bofetada pública, um exercício de humor irónico, ou tudo junto. Uma coisa eu sei, nestas coisas quem paga o almoço é quem manda.
Hoje almocei com um deputado, o presidente de uma associação empresarial e o secretário-geral de outra. Foi o deputado quem me pediu o encontro. Queria envolver essas entidades numa iniciativa da Assembleia da República. Como se classifica este almoço? Lóbingue ao contrário? PS: Paguei eu a conta.

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© José Pacheco Pereira
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