ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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8.4.07
EARLY MORNING BLOGS Comigo me desavim, ando enredado, confesso, em pontos de introspecção e às vezes sinto que em vão em mim mesmo me atravesso. é certo que nunca meço uma angústia até ao fim, há sempre um não contra um sim, como sombra que não passa, e assim, e por mais que faça, comigo me desavim. dizia santo agostinho que se via dois em um, e sem espanto nenhum viveu duplo e sozinho. fez a ideia seu caminho vindo agora ter comigo. não creio seja castigo, todavia se presumo que a dialéctica é fumo, sou posto em todo perigo. e é certo que, nesse caso, todo a penar me esguedelho, tendo no verso um espelho que a mais versos me dá azo. enquanto os faço me atraso e a solução não consigo a olhar o meu umbigo, a ver nele que são dois sem contentamento, pois não posso viver comigo. fica um eu no rés do chão e outro no primeiro andar. às vezes podem trocar nessa coabitação. levo uma vida de cão, de companhia e mastim, ladra-me um assim assim e enquanto o outro me morde nem posso sentir-me um lorde, nem posso fugir de mim. (Vasco Graça Moura)
* Um poema inédito para os leitores do Abrupto. Bom dia! (url)
© José Pacheco Pereira
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