ABRUPTO

8.3.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 8 de Março de 2007


Nenhum dos dois jornais "de referência", Diário de Notícias e Público, está em linha como deve ser às 10.15 minutos da manhã. O Diário de Notícias continua o de ontem, e ao Público faltam-lhe páginas mesmo para os assinantes.

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O que leio no Público sobre um deputado social-democrata é mais um exemplo de como a Assembleia da República não se toma a sério quanto ao problema ético das incompatibilidades (como aliás já se tinha visto no caso de Pina Moura e António Vitorino):

"O deputado social-democrata e advogado Jorge Neto, presidente da Associação dos Accionistas Minoritários do Grupo PT e PTM (AAM), participou na assembleia geral (AG) de 2 de Março da Portugal Telecom (PT) apenas enquanto representante da Insight Strategic Investments SGPS, e não de investidores minoritários, como declarou. Esta holding pertence a Nuno Vasconcelos, próximo do Banco Espírito Santo e dono da Ongoing, que se opôs à OPA da Sonaecom. Na mesma reunião foi eleito administrador da operadora. Como prova a lista dos participantes na AG onde foi votada a desblindagem dos estatutos da PT, a que o PÚBLICO teve acesso, Jorge Neto participou com 11,4 milhões de acções da PT, correspondentes a 22.825 direitos de votos, mais de um por cento do capital. Na véspera da AG, Neto apareceu a falar em nome da AAM numa conferência de imprensa onde apelou ao chumbo da oferta da Sonaecom e à rejeição da desblindagem dos estatutos."
Este tipo de actuações, mais que legítimas enquanto advogado, levantam problemas gravíssimos quanto a uma multidão de votações sobre questões de economia, finanças, legislação, em que a representação profissional remunerada de interesses colide com a efectiva independência da função parlamentar. Repito o que já uma vez escrevi: se a Comissão de Ética não serve para prevenir estes casos, não serve para nada.

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© José Pacheco Pereira
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