ABRUPTO

12.2.07


COMO SE RESPONDE A UMA NOTÍCIA INESPERADA QUE PODIA TAMBÉM SER UMA CATÁSTROFE

O Instituto de Meteorologia continua em baixo e inacessível. Não se compreende que a instituição a que primeiro se deve aceder para obter informações nos momentos críticos (bem pouco críticos felizmente neste caso) , nada funciona.

Nota: esta ligação funciona, embora com a informação reduzida.

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E algo de inconcebivel, a letargia dos media televisivos no que diz respeito ao acompanhamento do sismo desta manha. Quando ligo a TV a primeira coisa que faço e acompanhar os canais noticiosos (RTPN e SIC Noticias). Entretanto recebo um telefonema de um familiar do Algarve a relatar o sucedido. Penso: "O que? e a televisao nao diz nada?" Curiosamente, fui de imediato ao mesmo site que visitou, o do US Geological Survey, para depois verificar que o site do INMG estava em baixo. Entretanto, na SIC Noticias nada e na RTPN o assunto tem direito a uma nota de rodape. (Ah, entretanto, ao mudar para a SIC generalista, ouço a primeira referencia explicita ao assunto atraves da Fatima Lopes e o Senhor Ventriloquo). E absolutamente absurdo, ridiculo, quase ultrajante, este desleixo, enquanto asuntos como o internamento de uma vedeta de telenovela ou o arresto de bens de um ou outro dirigente de futebol tem direito a interrupçao de emissoes e directos a porta das casas. Talvez mais grave do que os canais noticiosos, que se limitam ao cabo, a omissao do serviço publico de televisao que, perdoe-me se estiver enganado (nao acompanhei a "Praça da Alegria" na totalidade...), deveria ter interrompido a emissao regular no sentido de informar e esclarecer os portugueses. A certa altura, digo a minha mae "vamos mudar para a Sky News que talvez tenhamos mais sorte..."

(Sem acentos)

(Ricardo Carvalho)

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O Correio da Manhã parece ter sido o primeiro
a escrever sobre o assunto. 15 minutos depois.

(Luis Caetano)

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Aparentemente, a TSF , dez minutos depois do sismo.

(RM)

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Aquando do grande tsunami asiático de 2004, não houve português que não questionasse: «E se fosse cá? Será que estamos preparados para algo semelhante, tendo em conta que, nessa matéria, até temos várias páginas negras na nossa História?».

Claro que não faltaram, na altura, responsáveis a garantir que o assunto ia ser estudado e tratado. Por isso, e perante o sismo de hoje, suponho que não será pedir demasiado que os "estudantes e tratadores" nos dêem conta do que fizerem nos últimos dois anos.

(C. Medina Ribeiro)

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As 10h38 envio uma mensagem a um amigo para saber se ele sentiu o mesmo que eu. Curiosamente ele estava a dormir e nada. Agora vi as noticias no seu blog e a hora indicada na TSF e outros, coincide com a minha.
Por isso, também chegou ao porto…

(Nuno Ribeiro)

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Sem querer puxar a fita da meta, como tinha o editor do meu blogue aberto, foi em cima do acontecimento. Tenho vindo a actualizar o post inicial com informações do European-Mediterranean Seismological Centre , onde no mapa podemos verificar, entre outras curiosidades, se houve réplicas (de facto houve uma, cerca das 12H50).

(J. Espinho)

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Creio que desde o terramoto de Lisboa em 1969 que não tinha uma sensação tão desagradável. Sentado na secretária do meu escritório, comecei a sentir o candeeiro a tremer, depois o monitor do computador e por fim o chão. Por momentos senti que o chão ia ceder. Durante longos e intermináveis segundos fiquei sem reacção, sem perceber se havia obras no rés-do-chão e a casa velha acabaria por ceder ou se era um verdadeiro sismo. Quando me consegui levantar encontrei os colegas no meio do escritório e percebi que tinha de novo viajado até ao centro da terra. Em Faro foi tremendo. O epicentro não deveria estar longe. A natureza é insondável e não há maior sensação de pequenez, impotência e inutilidade do que aquela que nos atravessa durante um tremor de terra. Só espero que agora não venha aí uma dessas almas da campanha do "Não" dizer que este foi um primeiro sinal da ira divina por causa do resultado do referendo de ontem. Num país em o clero ainda ameaça excomunhões automáticas por delito de opinião tudo é possível, até terramotos por encomenda.

(Sérgio de Almeida Correia)

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Até agora parece que ninguém deu por isso mas aqui onde me encontro (6 Km de Aveiro) também senti o sismo. Estava calmamente a trabalhar quando o ecran do meu computador se pôs a dançar ligeiramente. Ao mesmo tempo, colegas meus que estavam em video conferência com Sevilha, embora não tivessem sentido o sismo como eu, assistiram ao mesmo através de video conferência devido às reacções dos colegas espanhóis que ficaram um pouco assustados.
Quanto a obter notícias imediatas, tive os mesmos problemas que todas as outras pessoas.

(Maria João)

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Esta a dar uma aula quano a porta da sala começa a abanar de uma forma estranha (Os alunos começaram por dizer que alguém estava a bater à porta). Entretanto senti as mesas a abanar e mandei que todos os alunos se colocassem debaixo das mesas. Alguns segundos depois tocou a campainha e procedemos à evacuação para o exterior da Escola. Só posso dizer que foi uma sensação estranha, mas o treino de simulações foi bastante útil.

(Adelino Afonso)

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Hoje de manhã estava em casa, num r/ch em Alvalade (Lisboa), e não senti o
sismo. Ainda bem pois teria ficado muito assustada. Por curiosidade, junto o link para umas páginas de divulgação do Núcleo de Engenharia Sísmica e Dinâmica de Estruturas do LNEC:
Também sou investigadora do LNEC mas numa área bem diferente.

(Lina Nunes Sequeira)

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A juntar aos depoimentos dos seus leitores sobre a ausência de notícias, na hora, sobre o sismo de ontem refiro um interessante dado sociológico que deixo à sua consideração. Na RTP1, o programa "Praça da Alegria" deu a notícia, quase em directo, antes mesmo de "O Abrupto" e nenhum dos seus leitores, nem mesmo o dr. Pacheco Pereira, deram pelo facto preferindo registar, por vezes com alguma arrogância, o silêncio e/ou atraso dos media relativamente a este acontecimento específico. Nesse mesmo programa "Praça da Alegria" fez-se, inclusive, uma ligação ao Instituto de Meteorologia que se revelou de muita utilidade no sentido em que desdramatizou a situação. Do meu ponto de vista, creio que mergulhar demasiado a cabeça nos blogues pode ter este efeito algo perverso.

(Luciano Gomes)

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