ABRUPTO

25.10.06


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES:
«When the going gets tough, the tough gets going!»



O Ministério das Finanças apurou um «buraco» de 365 milhões de euros nas contas da empresa Estradas de Portugal EP, que faria aumentar o deficite do OGE de 4,6 % para 4,8 % . Teixeira dos Santos. Ministro das Finanças solicitou então ao Ministro das Obras Públicas Mário Lino para adiar para 2007 o lançamento de vários concursos para construção de novas vias e parar obras actualmente em curso. No entanto o orçamento de 535 milhões de euros da Estradas de Portugal previsto para 2007 é claramente insuficiente para cobrir a totalidade das rendas das SCUT orçadas em cerca de 705 milhões de euros, mesmo contando com as receitas geradas pelas portagens anunciadas para as três SCUTs do norte do país.

Neste contexto a Estradas de Portugal necessitaria de um orçamento de cerca de 1,2 bilhões de euros para pagar as rendas das SCUTs e lançar as obras anunciadas e diferidas para 2007. Na actual balbúrdia governativa que passou por ministros a anunciarem infantilmente o fim da crise «por decreto», a responsabilizarem os cidadãos pelos anunciados aumentos da electricidade, a anunciarem o lançamento de taxas moderadoras nos internamentos hospitalares e o aumento das prestações sociais de pensionistas e deficientes, a CICI - Central de Inspecção e Controlo lançada por Sócrates para filtrar e seleccionar as declarações institucionais dos respectivos ministros não foiu de todo eficiente na sua operação propagandística. De todo...

Contra tudo o que foi prometido e garantido por Sócrates em campanha eleitoral aí estão as primeiras SCUTs com o anuncio de introdução de portagens reais, sem uma declaração explicando aos cidadãos o porquê da inversão da política governativa, nem desculpando a quebra de promessas e garantias. José Sócrates «deu às de vila Diogo», pura e simplesmente volatilizou-se deixando os seus ministros com o ónus das justificações e explicações. Este será talvez, tudo o leva a crer, o princípio do fim das SCUTs e o inicio, pé ante pé - como convém para minimizar os estragos - da introdução do princípio do conceito utilizador-pagador, reconhecendo que 705 milhões euros anuais em portagens são orçamentalmente insustentáveis sem o agravamento correspondente de impostos.

A demagocia e hipocrisia de Sócrates está bem à vista.: «when the going gets tough, the tough gets going!». Nem mais...aplica-se que nem uma luva !

(António Ruivo)

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© José Pacheco Pereira
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