ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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7.10.06
COISAS DA SÁBADO: VERDADE E POLÍTICA O Primeiro-Ministro húngaro num momento de catarse resolveu dizer que mentira aos seus concidadãos para ganhar eleições. Os seus eleitores, num momento de catarse, resolveram dizer que tinham acreditado nas mentiras e que se sentiam agora enganados pelo que querem o homem na rua. Todos os dilemas da política moderna nas democracias estão aqui presentes. Sem mentir, os políticos não ganham eleições, por regra. As excepções confirmam a regra. Sem serem voluntariamente enganados os eleitores não votam em ninguém. Vou acaso votar em alguém que me diz, na miséria em que eu estou, que vou ter que trabalhar mais, ou ganhar menos e não ter esperança tão cedo de a deixar? Nem pensar nisso, vou votar mas é no que parece saído da televisão, bem falante, bem parecido, que me acaricia o ouvido com o que eu quero ouvir. Que faz todas as rábulas do que eu desejo: se vivo em tempos inseguros, quero um duro e firme com o crime, se vivo num túnel, quero um que me fale do fim do túnel e da sua luz radiosa. Eu sei que ele me mente que é só teatro, mas é desse teatro que eu gosto, não me quebrem a ilusão, esse doce enlevo. Vai para a rua ó mentiroso húngaro! (url)
© José Pacheco Pereira
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