ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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26.10.06
COISAS DA SÁBADO: MANIFESTAÇÕES Está na moda desvalorizar os sindicatos e as manifestações. É um pouco bizarro, bem vistas as coisas, que num país onde há tão pouca participação cívica, se dê mais importância ao enclausuramento de quarenta “artistas” temerosos pelos seus subsídios, do que a setenta mil pessoas na rua. Também, bem vistas as coisas, pode-se sempre dizer que “é o Partido Comunista” e, em grande parte, é. Só que, também, bem vistas as coisas, era suposto que o PCP já não fosse capaz de juntar tanta gente. Nem o PCP nem as “corporações”, o modo como agora erradamente se descrevem os sindicatos. Tudo isto é cegueira, e cada qual toma a que quer. É verdade que a resistência que se encontra nas ruas é resistência á mudança, mas para muitos é a “sua” resistência à mudança e não apenas a do PCP ou da CGTP. Não estariam lá tantas pessoas se não fosse assim. Quanto às corporações é verdade que o seu poder é grande em muitas áreas do estado. Na saúde, na educação, nas profissões liberais como os médicos, advogados e farmacêuticos. Enquanto o Sindicato dos Professores mandar no Ministério da Educação por dentro estamos perante uma “corporação” que deve ser de lá tirada. Mas, cá fora, o Sindicato dos Professores ou qualquer outro, como sindicato e não como detentor de poderes “corporativos”, é um elemento fundamental da saúde de uma sociedade democrática. Convém não atirar fora o menino com a água do banho. (Na Sábado de 18 de Outubro.) * Ainda bem que esta’ na moda desvalorizar sindicatos. Quer dizer que o povo portugues esta’ finalmente a acordar para a realidade de um mundo global, de uma economia global e para o facto de que os patroes que tratavam os empregados ao pontape’ sao uma coisa do passado. A sociedade em que vivemos evoluiu moralmente desde o virar do seculo, quando os sindicatos foram pela primeira vez criados. Nessa altura sim, as condicoes de trabalho eram horriveis e os trabalhadores necessitavam de defesa. Hoje em dia, isso ja’ nao existe. (url)
© José Pacheco Pereira
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