ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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8.8.06
COISAS DA SÁBADO: Felizmente que nós, a minha geração europeia, perdemos a noção do que era a guerra. Infelizmente que nós, a minha geração europeia e as gerações seguintes, perdemos a dimensão do que é a guerra. Pode parecer contraditório mas não é. Entre 1945 e 1990, os europeus conheceram o período maior de paz continuada de toda a sua história. Toda, desde há mais de dois mil anos, se é que se pode contar a Europa desde o império romano e o nascimento de Cristo no Médio Oriente.GUERRA, A DIMENSÃO QUE NÓS PERDEMOS, FELIZMENTE / INFELIZMENTE Pudemos viver grande parte da nossa vida em paz, em Portugal mais do que no resto da Europa, sem sequer as angústias dos nossos pais e avós, com a guerra espanhola ao lado e a segunda guerra europeia de que escapamos por um fio. Como os europeus desde 1945, vivemos a guerra fria protegidos pelo guarda-chuva nuclear americano, nem sequer tivemos que pagar os custos plenos da defesa, construindo um “modelo social” que deve muito da sua existência aos gastos americanos com a defesa. Foi bom, enquanto durou, mas está a acabar. Subitamente, a guerra da Jugoslávia e os terrorismos de Madrid e Londres, mostraram que a guerra está mais perto do que imaginamos, mas continuamos a não querer ver e a confiar no destino. O conflito no Médio Oriente, o terrorismo em Nova Iorque são muito nossos, mas continuamos a meter a cabeça na areia e a desejar que os americanos e os israelitas paguem o preço do sangue e nos protejam. É por isso que, ou estamos dispostos a assumir que a paz se defende, inclusive por meios militares, ou teremos guerra na nossa casa em condições de muito maior fragilidade. Um teste importante pode ser a disposição europeia de participar numa força efectiva que garanta que não há ataques na fronteira norte de Israel, diminuindo assim significativamente a tensão na zona, construindo a paz com os moderados árabes e impedindo que os extremistas a sabotem todos os dias. Uma força efectiva, disse eu. (url)
© José Pacheco Pereira
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