ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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3.6.06
"Houve uma reunião técnica com uma delegação das Forças Armadas australianas, onde ficou claro que o comando é da GNR. Ontem foi assinada uma adenda para clarificar que esse princípio se mantinha totalmente válido e que nada que tivesse sido acordado com terceiros estados podia diminuir o alcance desta posição fundamental quanto ao comando operacional próprio". (António Costa citado aqui.) "Reunião técnica" - O problema é político e não "técnico". Que reunião foi esta? A descrição da reunião como "técnica" não é inocente, pretende dizer, sem dizer. Para além disso, a que propósito Portugal se reune bilateralmente com a Austrália para decidir o comando de forças num país estrangeiro soberano? Os timorenses estiveram presentes? "Ficou claro que o comando é da GNR" - "Comando" de quê? Das tropas da GNR? Qual é a exacta cadeia de comando no terreno? Fica por saber. O que se sabe é que num território numa situação de caos, a existência de vários "comandos" operacionais só pode dar confusão e risco. É perigoso: se houver um incidente e forem chamados ao mesmo tempo (pelos populares, por uma família portuguesa, seja por quem for) a GNR e os australianos, como é que se resolve? E sem comunicações claras a probabilidade de fogo "amigo" é grande, porque ninguém está a ver em plena acção as forças a discutirem competências e comandos. "Esse princípio [do comando] se mantinha totalmente válido e que nada que tivesse sido acordado com terceiros estados podia diminuir o alcance desta posição fundamental" - Muito interessante, tanto mais que os "terceiros estados" só podem ser Timor, as autoridades de Timor e os acordos feitos com a Austrália. Isto significa que Portugal vai enviar a GNR para Timor, um estado soberano, sem aceitar a legitimidade desse estado para decidir sobre as forças militares e militarizadas que estão no seu território. Convinha ser mais claro e convinha que se exigissem mais explicações. Assim não chega, assim parece que se está a esconder alguma coisa. (url)
© José Pacheco Pereira
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