ABRUPTO

22.4.06


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Agora mesmo, numa terra sem luz pública, imersa numa escuridão quase total.

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Outra mudança, mais subtil, a da geografia interior da casa. Sem a luz que entra de fora, da lua (que não há), dos candeeiros, que estão apagados, os contornos da casa perdem-se por dentro. As janelas abrem-se para um escuro que fecha a casa em si mesma. É difícil atravessá-la sem abrir todas as luzes, falta um reflexo de uma clarabóia, um traço amarelo que vem da rua, um rastro de néon ou de magnésio, mesmo de longe, do mundo exterior.

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© José Pacheco Pereira
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